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Gestora do Alqueva fechou 2019 com capitais próprios positivos em 40 milhões de euros

A EDIA subiu no ano passado o volume de negócios em 14%, para 33 milhões de euros, e do EBITDA em 16%, para 10 milhões de euros.
5 Abril 2020, 19h54

A EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva fechou o ano de 2019 com capitais próprios positivos em cerca de 40 milhões de euros, revela o comunicado da empresa públivas enviado à CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliásrios relativo ao últio exercício.

De acordo com esse documento, além deste reforço da situação patrimonial, a gestora do projeto de regadio do Alqueva assinala que os resultados financeiros da empresa apresentaram no ano passado uma melhoria de dois milhões de euros.

“O resultado líquido do exercício seguiu a mesma tendência, melhorando cerca de 1,3 milhões de euros, mantendo, contudo, ainda um valor negativo de 2,7 milhões de euros em virtude do peso dos resultados financeiros, imparidades do investimento e amortizações”, avança o referido comunicado.

A administração da EDIA explica esta situação com “a subida dos encargos com fornecimentos e serviços externos para 25 milhões de euros”, que “está relacionada essencialmente com as maiores necessidades energéticas associada ao grande aumento do volume de água bombeado pelas estações elevatórias do sistema”.

“A redução dos encargos financeiros continuou a trajetória positiva, fruto das baixas taxas de juro e da redução da dívida com aumentos de capital pelo acionista”, destaca a empresa liderada por José Pedro Salema.

O presidente do conselho de administração da empresa revela, em nota incluída no referido relatório e contas, que “o sucesso da componente hidroagrícola do projeto Alqueva é hoje completamente inequívoco”.

“O ritmo da adesão e o número, a par da dimensão de novos projetos assim o demonstram. A área efetivamente regada por Alqueva aumentou 14% este ano e o consumo de água, condicionado também por um verão muito quente e seco, aumentou cerca de 35% para um total de 375 milhões de metros cúbicos entregues”, adianta o referido comunicado.

De acordo com esse documento, “a subida do volume de negócios em 14%, para 33 milhões de euros, e do EBITDA em 16%, para 10 milhões de euros, justificam-se no essencial por aqueles factos”.

O conselho de administração da empresa refere ainda que “o ano de 2019 ficou marcado, por outro lado, pela construção das primeiras centrais fotovoltaicas para autoconsumo nas estações elevatórias que são origem das áreas de expansão da Vidigueira e de São Bento”.

“No primeiro caso, os painéis fotovoltaicos estão instalados sobre estruturas flutuantes no reservatório de Cuba-Este constituindo a maior central solar flutuante do país”, salientam os responsáveis da EDIA.

A EDIA pertence ao setor empresarial do Estado, sob a tutela do Ministério da Agricultura, e tem a missão de conceber, construir, explorar e promover o Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA).

Em 2019, passou a garantir uma área de regadio que já ultrapassa os 100 mil hectares, cobrindo uma área de influência de cerca de um terço do Alentejo.

Está em curso um projeto de expansão do EFMA em cerca de 50 mil hectares, integrado no Programa
Nacional de Regadios.

“Em 2020, prevê-se o início de diversas empreitadas, facto que se vai traduzir num aumento considerável do investimento a realizar, face a anos anteriores. Como a progressiva entrada em serviço das novas áreas, também a atividade operacional terá uma tendência de franco crescimento nos próximos anos”, destaca a administração da EDIA, acrescentando que “está também planeado o arranque do projeto fotovoltaico de larga escala com vista à redução dos custos energéticos e à descarbonização da atividade de distribuição de água”.

No entanto, estes projetos podem sofrer alterações devido ao surto do coronavírus, uma vez que o relatório reporta a atividade da empresa num cenário anterior ao surgimento desta pandemia.

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