As coimas aplicadas à Glovo já superam os 200 milhões de euros, depois de a inspeção do trabalho de Espanha ter aplicado uma nova multa no final do mês passado por irregularidades com os seus distribuidores em Madrid. Apesar disso, a empresa que presta serviços de entrega ao domicílio não constituiu provisões para fazer face a este encargo.
De acordo com o “El Economista”, no seu mais recente relatório financeiro, a Glovo indica que “a complexidade do caso e o número considerável de variáveis impossibilita qualquer quantificação de risco na presente data”.
A Deloitte, responsável por auditar os resultados da empresa, já alertou que “no decurso do nosso trabalho, não tivemos informação que permitisse aferir que provisões seriam necessárias registar no final dos exercícios de 2021 e 2022 para fazer face ao impacto das contingências descritas”.
A multa mais recente foi aplicada no final de janeiro, totalizando 57 milhões de euros. Nesta nova sanção a empresa é acusada de utilizar 813 trabalhadores ilegais.
Somando todas as coimas, a empresa terá de pagar um total de 205,3 milhões de euros por deixar trabalhadores ilegais trabalhar sem visto e por falta de pagamentos à Segurança Social espanhola. Numa multa anterior, a inspeção de trabalho tinha declarado que a Glovo poderia incorrer numa aumento das coimas caso houvesse reincidências.
O total das multas representa mais de um terço dos resultados apresentados pelo serviço de entregas ao domicílio em 2021, de 595,1 milhões de euros.