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Goldman Sachs aumenta preço-alvo da EDP para 5,6 euros

Os analistas do banco norte-americano justificam a subida do preço-alvo da ação da EDP com a redução da dívida em cerca de 4,3 mil milhões de euros e o aumento da capacidade instalada da EDP Renováveis para 24 GW até 2028.
  • Cristina Bernardo
24 Agosto 2020, 17h50

Os analistas do banco norte-americano Goldman Sachs aumentaram o preço-alvo da ação da EDP em cerca de 17%, de 4,79 euros para 5,6 euros, para a qual têm a recomendação “comprar”.

As ações da EDP encerraram esta segunda-feira a valer 4,42 euros.

Numa nota de research publicada esta segunda-feira, à qual o Jornal Económico teve acesso, o banco fundamenta a revisão em alta do preço-alvo da ação da energética portuguesa com base nos planos da redução da dívida, que lhe vão dar capacidade para realizar mais investimentos, e do aumento da capacidade instalada de energia solar e eólica, fontes de energia renovável, na Península Ibérica.

O Goldman Sachs refere que as medidas anunciadas pela EDP nos últimos nove meses vão permitir à energética reduzir a dívida em 4,3 mil milhões de euros, o que corresponde a 25% da capitalização bolsista da empresa cotada no PSI-20.

Entre estas medidas, incluem-se, além da continuação da rotação de ativos eólicos, a venda de seis barragens na bacia do Douro à francesa Engie por 2,2 mil milhões de euros, e a venda de duas centrais de gás e de uma carteira de 2,5 milhões de clientes em Espanha à Total por 515 milhões de euros.

No início de agosto, a EDP completou um aumento de capital de 1,02 mil milhões de euros, lançado para ajudar a financiar a compra da espanhola Viesgo, avaliada em 2,7 mil milhões de euros.

Os dois maiores acionistas da EDP, a China Three Gorges e o Oppidum Capital, investiram 220 milhões de euros e mais de 70 milhões de euros, respetivamente, para não verem a sua participação na energética diluída devido ao aumento de capital.

Além disso, os analistas do Goldman Sachs estimam que a EDP Renováveis (EDPR), detida em 82,6% pela EDP, “pode duplicar a capacidade adicional nos próximos cinco anos, para cerca de 2 GW por ano. Isto poderá aumentar o crescimento e implicaria um resultado por ação de 13% entre 2020 e 2035”.

“Consequentemente, estimamos que a capacidade instalada da EDPR duplique em menos de dez anos, atingindo os 24 GW até 2028”. Segundo as estimativas do Goldman Sachs, a EDPR vai acabar o ano de 2020 com uma capacidade instalada de 12 GW.

“Duplicar [a energia] eólica/solar por ano implicaria também duplicar o capex para cerca de dois mil milhões de euros a partir de 2025 e 2026″, adianta o Goldman Sachs.

Assim, as projeções do banco apontam para um resultado por ação de 0,2o no final deste ano, 0,22 euros no ano seguinte e 0,21 em 2022.

O Goldman Sachs frisou ainda a importância do Green Deal, anunciado pela Comissão Europeia, em beneficiar as energias renováveis. Este plano ‘verde’, que pretende reduzir para zero as emissões de CO2 na União Europeia até 2050, e que o banco estima  “conservadoramente” que representa sete biliões de euros, poderá resultar no aumento em 100% do capex nas energias renováveis face ao nível de investimento atual.

O Goldman Sachs sinalizou também alguns riscos operacionais e financeiros, nomeadamente a exposição ao carvão e ao gás, cujos preços podem depreciar, a desvalorização do real brasileiro e do dólar norte-americano, dois mercados que representam cerca de 40% do EBITDA da EDP, e a exposição à dívida soberana espanhola.

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