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Goldman Sachs destaca impactos económicos diferentes da primeira e segunda vagas na Europa

O banco de investimento destaca o impacto que tiveram as políticas monetária e orçamental expansionistas, além dos esquemas de manutenção do emprego, na manutenção da economia europeia durante as duas vagas de Covid-19 que afetaram já o Velho Continente.
4 Janeiro 2021, 18h17

A Europa experienciou a maior recessão desde que há memória, em grande parte devido ao impacto da primeira vaga de Covid-19 no continente, mas os esquemas de preservação de emprego e políticas monetárias e orçamentais agressivamente expansionistas das entidades europeias parecem ter tido um efeito positivo na diminuição dos efeitos negativos da pandemia na economia, refere a Goldman Sachs no seu boletim de análise económica.

O banco de investimento salienta o efeito da primeira onda de confinamentos no Velho Continente, que, apesar de terem sido motivados por uma situação epidemiológica menos descontrolada, geraram perdas económicas muito mais consideráveis.

Ainda assim, é de destacar o impacto diferente sentido na indústria, que se tem mostrado resiliente, e nos serviços de proximidade, que sentiram mais intensamente as restrições ao contacto e à circulação. Em particular, os sectores da restauração e da hotelaria foram os mais afetados, sendo que estes negócios de proximidade constituem percentagens significativas das maiores economias europeias, variando entre os cerca de 17% em França até aos cerca de 28% no Reino Unido.

Em resposta a esta primeira onda da doença, as políticas monetária e orçamental responderam de forma agressiva, com o Banco Central Europeu (BCE) a lançar o programa pandémico de compra de ativos, que intensificou a estratégia de alívio quantitativo que o banco havia levando a cabo há alguns anos.

A Goldman Sachs refere que, enquanto esta tomada de posição do BCE permitiu a manutenção condições de financiamento favoráveis aos Estados-membros, as suas perspetivas orçamentais se deterioraram consideravelmente. Espelho disso são os rácios de dívida das principais economias europeias, que dispararam com as medidas adotadas para lidar com a crise pandémica.

Outro passo importante para a recuperação que se espera em 2021 foi a aprovação do Fundo de Recuperação europeu, não só pelos recursos que disponibiliza a Estados-membros profundamente afetados pela pandemia, mas também pela mensagem política que enviou, como menciona a publicação.

Numa nota final, a Goldman Sachs afirma que os desenvolvimentos recentes envolvendo o início das campanhas de vacinação, algo que poucos imaginavam possível num prazo tão curto, e a obtenção à última hora de um acordo comercial de saída do Reino Unido da União Europeia melhoram as previsões para 2021.

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