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Goldman Sachs diz que OPEP pode fazer cortes adicionais se preços se mantiverem abaixo dos 80 dólares

“Esperamos que os nove principais produtores da OPEP+, que anunciaram cortes voluntários de produção em abril, mantenham a produção inalterada, mas utilizem alguma retórica de falcão”, defendem os analistas do Goldman Sachs.
1 Junho 2023, 21h46

A Opep e a Opep+ realizarão uma reunião a 4 de junho para discutir a sua produção de petróleo.

Os analistas dizem que a reunião de 4 de junho da OPEP+ não deverá trazer novidades sobre os níveis de produção do cartel.

Em 2 de abril, a Opep+ surpreendeu os mercados ao anunciar que alguns países (Arábia Saudita, Rússia, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã, Argélia e Cazaquistão) reduziriam voluntariamente a produção em maio e junho. Embora a Arábia Saudita e os Emirados Árabes tenham cumprido as reduções prometidas, não está claro se a Rússia reduziu a produção em 500 mil barris por dia, como se tinha comprometido publicamente.

O banco norte-americano Goldman Sachs diz que “espera que os nove maiores produtores da OPEP+, que anunciaram cortes voluntários de produção em Abril, mantenham a produção de petróleo inalterada, que mas utilizem uma retórica hawkish (falcão) para compensar parcialmente”.

“Uma possibilidade é oficializar esses cortes voluntários e alargar os cortes a produtores mais pequenos. Embora as restrições à produção destes pequenos produtores impliquem apenas um impacto modesto no contexto mais amplo para a produção real, suspeitamos que a aliança quererá sinalizar uma forte coesão”, avançam os analistas do Goldman Sachs.

O banco prevê um compasso de espera nos grandes produtores, “porque é provável que queiram primeiro observar o impacto dos novos cortes que começaram este mês”.

“De facto, a OPEP nunca cortou três meses após um corte anterior com stocks tão baixos como atualmente”.

Os sinais de que o mercado continua no caminho certo para registar déficits do segundo semestre; o cumprimento incompleto por parte da Rússia e vários comentários recentes da OPEP + e dos responsáveis pela política energética dos EUA apontam para uma manutenção da produção.

“No entanto, vemos uma probabilidade subjetiva considerável de 35% de que os principais produtores da OPEP anunciem cortes mais profundos no domingo porque os preços do petróleo estão claramente abaixo de nossa estimativa de 80 a 85 dólares o barril para a put option (venda) da OPEP”, diz o Goldman Sachs.

O posicionamento muito baixo, a determinação saudita de não dar rédea solta aos especuladores e a decisão de se reunirem pessoalmente também sugerem que cortes mais profundos provavelmente serão discutidos.

“Para lá de domingo, acreditamos que o elevado poder de fixação de preços da OPEP deverá permitir que o grupo efectue cortes adicionais se os preços do petróleo se mantiverem abaixo dos 80 dólares o barril no segundo semestre”, concluem os analistas do banco.

Esta sexta-feira a Reuters, citando várias fontes com conhecimento das negociações, diz que queda acentuada das cotações do petróleo nas últimas semanas, bem como as declarações do ministro da Energia da Arábia Saudita a avisar os “shorts”, geraram especulação de que a OPEP+ estaria a preparar terreno para um corte de produção, à semelhança do que aconteceu na reunião anterior.

(Atualizada sexta-feira às 9h43)

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