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Google demite funcionário acusado de discriminação sexual

O engenheiro da gigante da tecnologia pôs a circular um manifesto onde defendia que as mulheres não estão aptas para cargos de liderança em empresas de tecnologia porque são biologicamente diferentes dos homens.
8 Agosto 2017, 10h32

A multinacional de tecnologia norte-americana Google demitiu esta segunda-feira o alegado autor de um manifesto, onde justificava a escassez de representantes femininas em Silicon Valley – onde se situam as principais empresas de tecnologia do mundo – com o facto de estas serem biologicamente diferentes dos homens. A Google sublinha que os argumentos defendidos no manifesto vão contra os valores em que a empresa acredita e “promovem estereótipos nocivos no local de trabalho”.

No manifesto de dez páginas, posto a circular dentro do campus da Google, nos Estados Unidos, pode ler-se que as mulheres estão menos vocacionadas para a liderança e que “a distribuição das preferências e competências de homens e mulheres são diferentes em parte por razões biológicas e essas diferenças podem explicar porque não vemos uma representação igualitária de mulheres nas tecnologias”.

O engenheiro da Google que escreveu o manifesto, que a imprensa internacional diz ser James Damore, defende que as mulheres gerem os problemas mais com os sentimentos do que com as ideias e estão mais interessadas numa boa relação com outras pessoas do que as ideias que estas defendem. “Perguntamo-nos muitas vezes porque é que não vemos mulheres na liderança, mas nunca perguntamos por que vemos tantos homens nesses lugares”, afirma.

James Damore confirmou a sua demissão, dizendo ter sido demitido por “perpetuar os estereótipos de género”. No entanto, garante que vai recorrer da decisão em tribunal e está atualmente “a explorar todos os possíveis recursos legais”.

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