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Google em Portugal vai pressionar subida de salários

Caso vá mesmo criar emprego qualificado, o investimento da multinacional em Oeiras introduzirá pressão salarial, sobretudo entre as empresas que competem no mesmo segmento de talento, dizem especialistas ouvidos pelo Jornal Económico.
25 Janeiro 2018, 16h43

A Google vai instalar-se em Oeiras, criando cerca de “500 empregos qualificados”, nas palavras do primeiro-ministro António Costa. Embora não haja ainda detalhes sobre o investimento, mas admitindo que se trata de emprego qualificado, daquele que paga ordenados acima dos mil euros, “vai haver um salto” nos valores, diz Carla Rebelo, diretora-geral da Adecco Portugal, para quem o investimento da Google é “só o princípio do que aí vem”.

António Costa, Manager de Information Technology da Michael Page diz o mesmo, mas por outras palavras, embora vincando que há que esperar pelos detalhes da operação: Num setor onde a oferta de talento é inferior à procura, “menos gente disponível, significa ordenados a subir.”

Guilherme Ramos Pereira, diretor executivo da recém-criada Associação Portuguesa de Data Science, alinha pelo mesmo diapasão:“A questão que se coloca não é tanto ao nível da disponibilidade, que sim existe, mas sim do impacto imediato que este movimento terá necessariamente nos salários, inflacionando-os.”

Para Nuno Troni, da Randstad, não há dúvidas que a Google vai conseguir recrutar as 500 e tal pessoas, a questão que se coloca é de como é que as empresas que concorrem diretamente pelo mesmo talento vão responder. Pelo menos nesse segmento é de prever um aumento da pressão salarial.

A deslocalização de centros de competências para Portugal é uma tendência crescente e teve esta quarta-feira um ponto alto com o anúncio de que a Google vai instalar o seu um hub tecnológico para a Europa, Médio Oriente e África em Oeiras. “Entre muitos investimentos em perspetiva destaco um: Portugal vai em breve acolher um investimento da Google, que arrancará logo com a criação de 500 empregos qualificados”, revelou António Costa em Davos Fórum Económico Mundial, durante uma conferência no em Davos, com o tema “Porquê Portugal, porquê agora”.

A dúvida quanto à natureza do emprego a criar pela Google foi lançada pelo jornalista de tecnologia do Tech Crunch, Mike Butcher, segundo o qual o investimento da norte-americana será somente um “call center”.

 

 

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