O Governo decidiu cancelar novamente o processo de venda do banco da Caixa Geral de Depósitos (CGD) no Brasil. A decisão foi tomada no Conselho de Ministros que se realizou esta quinta-feira.
“Foi aprovada a resolução que determina a anulação do processo de alienação das ações representativas do capital social do Banco Caixa Geral – Brasil, S.A. detidas, direta e indiretamente, pela Caixa Geral de Depósitos, S.A., e de alienação da totalidade ou parte do capital social das sociedades detidas, direta ou indiretamente, pela Sociedade, incluindo a totalidade ou parte dos respetivos ativos”, pode ler-se no comunicado do Executivo.
Paulo Macedo, presidente executivo da CGD, já tinha sinalizado que estavam a aguardar pela posição do Governo quanto a esta venda. “As recomendações [sobre os processos de venda dos bancos no Brasil e em Cabo Verde] foram feitas ao Governo e estamos à espera”, afirmou o banqueiro em fevereiro do ano passado.
Não é a primeira vez que o Executivo anula este concurso. O processo foi relançado em 2021, depois de, um ano antes, o Conselho de Ministros ter aprovado um projeto de resolução que determinou a rejeição das propostas apresentadas no processo de alienação deste banco. Foram apresentadas propostas por parte de entidades como o Banco Luso-Brasileiro, do grupo Amorim, o Banco ABC Brasil e o fundo Artesia.
Agora resta saber se este processo vai ser relançado novamente, numa alienação que tem sido dificultada pela turbulência económica e política que se tem vivido no país.
Já a venda do banco em Cabo Verde, o Banco Comercial do Atlântico (BCA), está mais adiantada. Em novembro de 2022, o CEO da Caixa afirmou que “há vários interessados no banco” e que têm “tido contactos” com potenciais compradores.
Nesse sentido, “entendemos que poderá ser possível ter uma operação concretizada em Cabo Verde em 2023”, salientou o CEO do banco estatal. Isto, disse, “se se mantiver este interesse que vemos dos contactos que têm sido feitos”.
Notícia atualizada às 16:30