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Governo chinês envia alto quadro a Pyongyang após visita de Trump

Song Tao, chefe do Departamento de Colaboração Internacional do Partido Comunista Chinês, vai vajar para a capital norte-coreana na sexta-feira, informou a agência noticiosa oficial Xinhua.
  • KCNA/via REUTERS
15 Novembro 2017, 07h54

A China anunciou hoje que vai enviar a Pyongyang um alto quadro da sua diplomacia, na sequência da visita do Presidente norte-americano, Donald Trump, a Pequim, e após um prolongado afastamento entre os dois países vizinhos.

Song Tao, chefe do Departamento de Colaboração Internacional do Partido Comunista Chinês (PCC), vai vajar para a capital norte-coreana na sexta-feira, informou a agência noticiosa oficial Xinhua.

Apesar do distanciamento dos últimos anos, devido à insistência de Pyongyang em avançar com um programa nuclear e de mísseis balísticos, Pequim continua a ser o principal aliado diplomático e maior parceiro comercial do regime de Kim Jong-un.

A Xinhua não menciona a visita de Trump a Pequim ou o programa nuclear norte-coreano, mas o líder da Casa Branca apelou repetidamente à China para que use mais a sua influência visando pressionar Pyongyang a mudar de comportamento.

Song será o primeiro funcionário com nível ministerial a visitar a Coreia do Norte, desde outubro de 2015, quando Liu Yunshan, então membro do Comité Permanente do Politburo do PCC, se reuniu com Kim Jong-un.

Liu entregou uma carta a Kim, endereçada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, a expressar esperança por boas relações. Em outubro do ano passado, Pequim enviou a Pyongyang o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Liu Zhenmin.

Nos anos 1950, os dois países lutaram juntos contra os EUA. O PCC e o Partido dos Trabalhadores, formação política única na Coreia do Norte, têm ligações de longa data.

No entanto, desde que, em 2013, ascendeu ao poder, Xi Jinping nunca se encontrou com Kim Jong-un, tendo-se mesmo tornado no primeiro líder chinês a visitar a Coreia do Sul antes de ir à Coreia do Norte.

A China votou a favor das várias sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas contra Pyongyang, mas continua a apelar a um diálogo entre os vários países envolvidos na crise nuclear da península coreana.

O Governo chinês opõe-se a um embargo que ameace a estabilidade do regime, o que acarretaria uma reunificação da península coreana sob a égide da Coreia do Sul, país aliado dos EUA, e uma possível crise de refugiados nas suas fronteiras.

Na semana passada, Trump voltou a apelar a Xi Jinping que pressione a Coreia do Norte a abdicar do seu programa nuclear.

A China pode resolver o problema “fácil e rapidamente”, afirmou Trump, durante uma visita de Estado a Pequim, urgindo o homólogo chinês a empenhar-se seriamente.

“Se ele fizer esse esforço, irá acontecer. Não tenho dúvidas sobre isso”, afirmou.

Em 03 de setembro último, Pyongyang realizou o sexto e mais poderoso teste nuclear até à data, no que revelou ter sido a detonação de uma arma termonuclear para ser colocada num míssil balístico intercontinental.

No entanto, desde então, o país não voltou a testar engenhos nucleares ou mísseis balísticos intercontinentais, alimentando a esperança de que Pyongyang está a responder à pressão internacional, face ao impacto das sanções na sua economia.

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