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Governo da Madeira aguarda indicações da agência europeia sobre quarta dose da vacina

Pedro Ramos entende que “a vacinação não é obrigatória para outras doenças”, entre as quais o sarampo, pelo que a Covid-19 “não deve ter uma abordagem diferente”.
17 Janeiro 2022, 11h16

O governo madeirense aguarda indicações da Agência Europeia do Medicamento sobre a administração da quarta dose da vacina contra a Covid-19, e está a elaborar uma nova estratégia de combate à doença, com medidas menos restritivas, anunciou no passado domingo, 16 de janeiro.

“Temos ainda a quarta dose, que Israel já começou e aguardamos as recomendações da Agência Europeia do Medicamento [EMA, na sigla em inglês]”, disse o secretário da Saúde e Proteção Civil da Madeira, Pedro Ramos, na conferência de imprensa destinada a fazer o ponto da situação epidemiológica na região.

O governante regional salientou que este reforço “está indicado para aqueles que estão imuno-comprometidos, para os doentes oncológicos, a partir dos 18 anos, para os hemodialisados e transplantados”.

Apesar da disseminação da variante Ómicron, os seus efeitos são menos graves e não representou um aumento de hospitalizados na unidade de Cuidados Intensivos, o que leva o Governo da Madeira a delinear “uma nova estratégia da abordagem à Covid-19, que está a ser trabalhada neste momento e será anunciada pelo presidente do Governo Regional”, avançou o responsável.

Pedro Ramos complementou que esta estratégia vai pôr em prática “medidas menos restritivas” e a testagem massiva da população “pode deixar de existir”, passando a SARS-CoV-2 a ser “tratada como todas as doenças infeciosas”.

O secretário também apontou que vários países estão a tornar a vacinação obrigatória, mas considerou que tal não se justifica quando a taxa de vacinação é eficaz (acima dos 85% da população inoculada).

No seu entender, “a vacinação não é obrigatória para outras doenças”, entre as quais o sarampo, pelo que a Covid-19 “não deve ter uma abordagem diferente”.

Na opinião do governante insular, a “expansão repentina desta variante, a Ómicron, vai fazer com que muitos só completem o seu esquema de vacinação em junho, julho – daqui a cinco ou seis meses -, o que significa estarem todos a atrasar o controlo da pandemia”.

Pedro Ramos salientou que as crianças entre os cinco e os onze anos “continuam a ser vacinadas, agora a um ritmo mais aceitável”, informando que já foram vacinadas quatro mil e 857 têm vacinação completa.

“E esperamos concluir este processo com a maior brevidade possível”, declarou, insistindo que “foi perdida uma excelente oportunidade” de proteger esta faixa etária e que “os benefícios superam largamente os riscos”.

A entrada em funcionamento da nova aplicação foi a “novidade” que marcou durante a semana o combate da Covid-19 e, apesar dos constrangimentos verificados, “o sistema está cada vez mais operacional e servirá de base para a nova abordagem da pandemia”, apontou.

Na Madeira 90% da população residente já iniciou o processo de vacinação, 87% tem a inoculação completa, e já foi administrado o reforço a 57 mil pessoas. Em dois meses, foram realizados aproximadamente 1,6 milhões de testes antigénio, referiu.

Questionado sobre a situação dos 41 marinheiros da corveta António Enes, da Marinha Portuguesa, que está na ilha do Porto Santo, e testaram positivo, acrescentou que as autoridades de saúde estão a acompanhar a situação.

“À medida que foram aumentando os casos positivos, foram transferidos para as unidades hoteleiras”, apontou, recordando que o período de isolamento é de cinco dias, após os quais serão efetuados os testes antigénio.

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