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Governo deixa privatização da Efacec para depois das eleições legislativas

A Parpública remeteu o relatório final com a avaliação da proposta da DST, em meados de dezembro, antes do Natal. Mas o Governo não vai avançar com a venda de 71,73% da Efacec. O executivo de António Costa prefere que seja o futuro Governo a decidir a reprivatização da Efacec Power Solution, apurou o Jornal Económico.
13 Janeiro 2022, 18h00

A Parpública remeteu o relatório final com a avaliação da proposta da DST, em meados de dezembro, antes do Natal. Mas o Governo não vai avançar com a venda de 71,73% da Efacec. O Executivo de António Costa prefere que seja o futuro Governo a decidir a reprivatização da Efacec Power Solution, apurou o Jornal Económico.

O Governo já tem neste momento todos os elementos que precisa para avançar com a reprivatização da Efacec, mas não quer deixar para o próximo Governo uma privatização feita na 25ª hora. Sobretudo porque não quer ser acusado de fazer o que criticou ao Governo de Pedro Passos Coelho, quando em 2015, António Costa criticou “a teimosia do Governo em querer privatizar a TAP”.

Recorde-se que em maio de 2015, o atual primeiro-ministro, na altura líder da oposição, referindo-se à privatização da TAP, disse que “são decisões que Governo algum, em final de legislatura, deveria sentir-se legitimado para tomar. É um erro e um erro que está a ser pago duramente pela economia nacional”.

A reprivatização dos 71,73% Efacec fica assim adiada até que o novo Governo tome posse, segundo as nossas fontes.

Contactado o Ministério da Economia não respondeu.

Recorde-se que inicialmente o Governo esperava que a empresa fosse reprivatizada até final do ano passado, o que não aconteceu. Isto apesar da Parpública ter entregado o relatório final sobre a única proposta que foi entregue, a da DST, a tempo de o Governo tomar uma decisão. Esse relatório era a peça determinante para fechar o processo de venda, mas o calendário político falou mais alto. Mesmo tendo sido aprovado um novo financiamento bancário com garantia pública de 45 milhões de euros, que era condição da DST e que serviu para a Efacec investir no ciclo de caixa e no aumento do volume de atividade. No início de 2021, a empresa já tinha recebido um empréstimo bancário (também garantido pelo Estado) de 75 milhões de euros.

A empresa que pertencia a Isabel dos Santos foi nacionalizada há quase um ano e meio.

O Jornal “Público”, esta semana noticiava que a Efacec iniciou o ano bloqueada devido à falta de matérias-primas. De acordo com o jornal, esta paragem agrava a situação financeira de uma empresa frágil, ainda que tenha recebido o financiamento de 45 milhões de euros, novos contratos e esteja a disputar outros de grande dimensão. O “Público” justificava com “a falta de matérias-primas para o trabalho” o atraso das negociações com o grupo DST, o único interessado na compra da empresa que vai ser reprivatizada.

Em declarações à RTP, a empresa disse “que a Efacec nunca esteve parada. Tem-se mantido a um ritmo variável, dependendo das encomendas que estão em curso e da receção das matérias-primas”.

O jornal “Eco” noticiou a 3 de janeiro que o Governo estaria a trabalhar num plano B alternativo à reprivatização da Efacec, e que passaria pela manutenção da empresa no universo da Parpública, para reestruturar e privatizar mais tarde. Segundo o jornal a decisão seria comunicada naquela semana, o que não aconteceu.

O “Eco” dizia que a confirmar-se o falhanço da venda da Efacec, o plano B, alternativo, exigiria uma negociação com a Comissão Europeia e com a Direção Geral da Concorrência, ao abrigo do regime de auxílios de Estado. A Efacec ficaria no universo público, seria nomeada uma nova administração executiva para realizar uma reestruturação para posterior venda noutras condições, noticiou o Eco que sustentava a notícia com “divergências” sobre o refinanciamento e capitalização a realizar pelo Banco de Fomento.

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