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Governo e parceiros sociais discutem hoje mudanças à lei laboral e rendimentos (com áudio)

No que diz respeito à Agenda do Trabalho Digno, em causa está um pacote de alterações à lei laboral, que já passou pela Concertação Social na legislatura anterior, mas não mereceu “luz verde” nem da parte dos patrões, nem da parte dos representantes dos trabalhadores.
11 Maio 2022, 06h55

O Governo ruma esta quarta-feira à Concertação Social para discutir com as confederações patronais e com as centrais sindicais a Agenda do Trabalho Digno e o acordo de parceria PT2030, bem como o acordo sobre competitividade e rendimentos, que deverá ficar fechado até ao outono, de acordo com a expectativa sinalizada pelo primeiro-ministro, António Costa.

No que diz respeito à Agenda do Trabalho Digno, em causa está um pacote de alterações à lei laboral, que já passou pela Concertação Social na legislatura anterior, mas não mereceu “luz verde” nem da parte dos patrões, nem da parte dos representantes dos trabalhadores.

O Governo tencionava, ainda assim, levá-lo à Assembleia da República, mas o chumbo da proposta de Orçamento do Estado para 2022 e a consequente antecipação das eleições frustrou essa expectativa.

No arranque de 2022, conquistada a maioria absoluta, o Executivo de António Costa chegou a sinalizar que a Agenda do Trabalho Digno seguiria, então, diretamente para o Parlamento, sem voltar à Concertação Social (ainda que, entretanto, alguns dos parceiros sociais o tivessem pedido), mas, afinal, tal não acontecerá.

No final de abril, o primeiro-ministro anunciou que este pacote de alterações à lei laboral voltaria aos parceiros sociais, trabalho que inicia esta quarta-feira.

Da parte dos sindicatos, Ana Pires, da CGTP, salienta que há questões centrais que não constam desta Agenda, nomeadamente a revogação da norma da caducidade da contratação coletiva, que esta central sindical considera ser uma das chaves para desbloquear a negociação coletiva.

Já dos lado dos empregadores, João Vieira Lopes, da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), defende que se discutam as alterações em questões “desde a base” e adianta que, para este encontro, tem a expectativa de perceber que passos está o Governo a planear, isto é, se vai avançar logo para o Parlamento ou se tenciona fazer alguma negociação.

Quanto ao acordo sobre competitividade e rendimentos, em causa está um compromisso que tanto constou do programa eleitoral do PS como faz parte do programa do Governo, prevendo-se que, nesse âmbito, seja negociada a trajetória do salário mínimo, mas também seja trabalhada a evolução dos salários médios.

Em 2019, o Governo já tinha, de resto, iniciada a discussão deste acordo em Concertação Social, mas a pandemia interrompeu este processo. Da parte dos sindicatos, Ana Pires deixa claro que a CGTP não aceita “tetos salariais” e exige que as questões da negociação coletiva sejam resolvidas. Já João Vieira Lopes chama a atenção para a atual conjuntura, nomeadamente a guerra em curso na Ucrânia. A expectativa do Executivo é fechar este acordo até ao outono.

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