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Governo está a ocupar 3.200 m2 na sede da Caixa mas pode vir a ficar com até 30 mil

Paulo Macedo, CEO da CGD, disse que a intenção do banco passa por disponibilizar até 30 mil metros quadrados ao Executivo até ao próximo ano.
12 Maio 2022, 17h34

O Governo está a ocupar mais de 3.000 metros quadrados da sede da Caixa Geral de Depósitos, mas pode vir a ficar com até 30 mil metros quadrados até ao próximo ano. A informação foi avançada esta quinta-feira por Paulo Macedo, presidente executivo do banco estatal, na apresentação de resultados para o primeiro trimestre.

“O espaço [arrendado ao Governo] é de 3.200 metros”, ou seja, aquele que era ocupado pela agência do banco estatal na sede, referiu Paulo Macedo. “É um espaço diminuto”, acrescentou o banqueiro. Mas, relembrou, a intenção é que este espaço possa vir a ser alargado “de acordo com o interesse do Governo e da Caixa”.

“A intenção [do banco] é disponibilizar até 30 mil metros quadrados até ao ano que vem”, detalhou o presidente executivo do banco estatal. Mas a “velocidade a que vão ser ocupados, se vão ser ocupados na íntegra”, isso “vai depender de quem vai ocupar”. Ou seja, do Executivo liderado por António Costa.

Questionado se a CGD e o Governo já chegaram a um acordo quanto à forma como será feito o arrendamento, Paulo Macedo disse que as “transações entre partes relacionadas têm certas características adicionais de exigência”.

“O Governo pagará o seu valor de mercado e a Caixa será ressarcida nos seus custos” e no valor da renda, afirmou Paulo Macedo, sublinhando que não faz sentido a sede do banco estar a funcionar em 90 mil metros quadrados. “Não há qualquer dúvida de que a intenção da Caixa é de deixar de ter um custo tão significativo como aquele que tem” e se “pode haver sinergias com o Governo, é  o que todos pretendemos”, disse.

Em março, o primeiro-ministro confirmou que o Governo “decidiu avançar com a concentração de ministérios num só espaço físico”. De acordo com o comunicado que foi divulgado, “os ministérios com responsabilidade direta na execução do Plano de Recuperação e Resiliência serão os primeiros a concentrar-se”, o que deverá acontecer “até ao final do ano 2022 na atual sede da Caixa Geral de Depósitos”.

Em fevereiro, em declarações aos jornalistas, António Costa já tinha admitido a possibilidade de proceder na nova legislatura à deslocalização de vários ministérios, concentrando-os na sede do banco estatal.

Na mesma altura, Paulo Macedo, CEO da CGD, disse que o banco tinha realizado obras no edifício nos últimos anos para recuperar “vários pisos em más condições, designadamente o chão dos andares”, antes de avançar para o arrendamento dos espaços. Além do Governo, houve mais interessados em ir para a sede do banco, nomeadamente reguladores, a Autoridade Tributária e grandes empresas, revelou.

“Em princípio, a Caixa vai continuar neste edifício. A acontecer qualquer coisa, a sair deste edifício, nunca acontecerá antes de 2026 ou 2027”, admitiu ainda Paulo Macedo. Quando vendeu o imóvel ao fundo de pensões em 2010, a Caixa assegurou um contrato de arrendamento por 20 anos.

(Notícia atualizada.)

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