A política ultra-acomodatícia do Banco Central Europeu (BCE) permitiu ao Estado português poupar mais de 1,3 mil milhões de euros em juros da dívida pública desde que António Costa ocupou o cargo de primeiro-ministro, de acordo com cálculos do “Dinheiro Vivo” para o “Diário de Notícias”. Este valor, continua a publicação, daria para financiar quatro anos de reposição salarial dos professores.
Com desvios que variaram entre os -1,7 milhões de euros em 2018 (quando o montante orçamentado com juros foi ultrapassado) e os 327,3 milhões de euros em 2020, o Ministério das Finanças acabou por gastar menos 1,3 mil milhões, no total destes sete anos, do que havia previsto nos exercícios de Orçamento do Estado. Tal foi possível devido à política de juros próximos de zero da autoridade monetária europeia, política essa entretanto revertida.
Desde 2018 que o serviço da dívida mostra uma clara tendência de queda, com Portugal a levar a cabo um esforço orçamental para equilibrar as contas públicas e reduzir o sua rácio de dívida. Este ano, e com as subidas das taxas de juro decretadas pelo BCE, a trajetória de redução deve ser interrompida, sendo expectável, segundo o “Dinheiro Vivo”, que este aumente 7,1%.