[weglot_switcher]

Governo quantifica em 5 mil milhões de euros verba para malparado

Executivo avalia em cinco mil milhões de euros o montante necessário para constituir um veículo para retirar crédito malparado do balanço dos bancos, o qual pretende que tenha capital privado, afirmou o ministro das Finanças.
29 Março 2017, 17h00

“Pensamos que uma solução que traga para o sistema bancário algo perto cinco mil milhões de euros seria suficiente para resolver a longo prazo os grandes problemas que ainda temos no sistema”, declarou, durante uma palestra intitulada ‘As Perspetivas para Portugal e para a Europa’ realizada no auditório da agência de notícias Bloomberg, em Londres.

Centeno defendeu que o financiamento deste veículo, que foi considerada uma prioridade por este Governo, deve ser feito através de capital privado e não à custa de dinheiro público.

“O que pretendemos é criar uma solução sistémica na base de reação voluntária da parte dos bancos para se juntarem à solução para esta solução trazer novo capital privado. O envolvimento do Governo não pode ser baseado em mais ajuda estatal e tem de respeitar a regras europeias”, explicou.

O ministro admitiu um modelo que atraia capital privado para além dos bancos, sugerindo a possibilidade de emissão de dívida.

“O envolvimento do Estado tem de ser feito em termos de mercado, semelhante ao fizemos com a capitalização da Caixa [Geral de Depósitos]”, referiu.

Mário Centeno considerou que, depois de estabilizados, os bancos em Portugal poderão estar em condições de investir neste veículo, para o qual serão oferecidos incentivos.

“A capitalização da Caixa [CGD] também é um fator chave porque tem um pouco mais de um terço do crédito malparado do sistema bancário português e tem agora a estrutura de capital para lidar com esta situação”, salientou.

O ministro disse que o crédito malparado parou de aumentar e, recentemente, até começou a baixar e que a melhoria do mercado imobiliário está a permitir ao sistema bancário a resolver os problemas na venda de ativos.

“Isto é importante porque reflete a situação económica do país”, saudou o ministro, que enfatizou que “a ideia é juntar estes ingredientes, e não criar mais problemas”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.