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Governo quer acolher “aldeia iraquiana” em Portugal

O governo português tem apoiado a iniciativa da eurodeputada Ana Gomes e admite abrir uma exceção à regra de dispersar os refugiados por vários pontos do país para manter a coesão do grupo.
24 Outubro 2016, 12h06

Ana Gomes, eurodeputada socialista tem o plano de asilar 470 refugiados Yazdi, perseguidos pela Daesh no Iraque, que estão em campos de refugiados na Grécia.

Há seis meses que a eurodeputada se encontra em negociações para relocalizar estas pessoas, essencialmente famílias, mulheres e crianças, que tem sido alvo de grande massacre pelo grupo terrorista.

O processo no entanto está bloqueado pelo governo grego. As razões para a demora estão explícitas numa carta enviada este mês a Ana Gomes, onde o ministro grego do Interior, Ioannis Mouzalas, argumenta que, segundo as regras europeias para a recolocação, estão proibidos critérios “discriminatórios” na seleção dos refugiados, não se pode escolher segundo etnias ou religiões, sendo que as prioridades são as situações de maior vulnerabilidade.

No entanto, para Ana Gomes, este é “um grupo vulnerável”, tendo sido este o contra-argumento utilizado, apoiado pelo presidente da Comissão das Liberdades Cívicas do Parlamento Europeu, Claude Moraes, do Reino Unido.

“Primeiro exigiram um pré-registo de todos os que queriam vir, que fizemos, depois querem um registo com entrevistas via Skype, quando todos sabem que nos campos de refugiados a rede de internet é muito complicada”, explica Ana Gomes em relação aos entraves, segundo meios de comunicação.

O governo português tem apoiado totalmente esta iniciativa e admite até abrir uma exceção à regra de dispersar os refugiados por vários pontos do país para manter a coesão do grupo.

“O grupo de yazidis tem revelado grande coesão, responsabilidade e sentido de solidariedade comunitária. Apesar de o paradigma de acolhimento português ser descentralizado, procurar-se-á, na medida do possível, respeitar as especificidades e o forte sentido comunitário deste grupo”, sublinha a porta-voz do ministro-adjunto Eduardo Cabrita, segundo meios de comunicação.

A eurodeputada acrescenta ainda que não entende o porquê de não facilitarem os processos de relocalização, visto a Grécia ter cerca de 60 mil refugiados no seu território.

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