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Governo quer penalizar bancos que não limpem créditos em risco

O Executivo português quer que a supervisão estabeleça metas “ambiciosas” e “realistas”, em simultâneo, de forma a reduzir o crédito em risco.
  • Eric Vidal/Reuters
12 Abril 2017, 09h19

O Plano Nacional de Reformas estabelece que existam metas “ambiciosas” e “realistas”, em simultâneo, de diminuição dos créditos em risco. O Governo quer sancionar os bancos que não imponham limites aos non-performing loans, revela o jornal “Público” esta quarta-feira. De acordo com o documento a que o jornal teve acesso, o Executivo pretende que a “supervisão” intensifique o controlo aos créditos em causa e aos ativos não estratégicos, “devendo para tal estar dotada dos mecanismos necessários”. No entanto, não é feita uma referência ao Banco de Portugal.

Nesse sentido, as instituições financeiras devem criar “unidades de recuperação, dentro das instituições”, vender os créditos ou aderir “a uma solução sistémica privada”, nomeadamente através da criação de uma sociedade gestora de ativos (Asset Management Companies) que lide diretamente com o malparado, sustenta o diário.

O BdP divulgou esta terça-feira os dados mais recentes sobre crédito bancário, que indicaram um aumento na concessão de crédito às famílias portuguesas e uma diminuição naquele que é concedido às empresas.  Em fevereiro, o malparado das famílias caiu para níveis de 2012 e atingiu os 3,62%, um valor que significa 4.215 milhões de euros, conforme adiantou a entidade liderada por Carlos Costa.

Ainda no final do mês passado, o Governo avaliou em cinco mil milhões de euros o montante necessário para constituir um veículo para retirar crédito malparado do balanço dos bancos, o qual pretende que tenha capital privado. Nas palavras do ministro das Finanças, Mário Centeno, o que se pretende “é criar uma solução sistémica na base de reação voluntária da parte dos bancos para se juntarem à solução para esta solução trazer novo capital privado”. “O envolvimento do Governo não pode ser baseado em mais ajuda estatal e tem de respeitar a regras europeias”, sustentou o governante.

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