O Parlamento está a preparar um projeto-lei que prevê um reconhecimento e proteção no arrendamento para lojas históricas, comércio tradicional e coletividades culturais, com possíveis reduções nas taxas e no IMI. O novo regime destina-se a todas as entidades que tenham mais de 25 anos e que sejam reconhecidas pelas Câmaras Muncipais, que terão um voto decisivo na matéria.
O diploma, a que o ‘Jornal de Negócios’ teve acesso e que o PS quer agora fazer aprovar, prevê um regime transitório de dez anos para os arrendamentos mais antigos, com o pagamento de rendas em dia, e mais cinco anos durante os quais as rendas “só podem subir com a inflação”. A iniciativa visa substituir o projeto de lei semelhante datado de março de 2016 e que está agora em vigor.
Para isso, todos os espaços com pelo menos 25 anos poderão submeter-se, por iniciativa das autarquias, do proprietário ou de uma associação de defesa patrimonial, ao processo de reconhecimento, onde haverá consulta pública de 20 dias. Este será feito tendo em conta o “significado para a história da cidade”, a “identidade própria”, que sejam “uma referência local decorrente a presença continuada” e “únicos no quadro das atividades prosseguidas”. A estes critérios podem vir a juntar-se outros definidos pelas próprias autarquias, “tendo em conta as especificidades locais”.
O projeto-lei segue para aprovação na Assembleia da República e conseguir reunir consenso, terá uma validade de quatro anos, automaticamente renováveis.
Ao ‘Jornal de Negócios’, a deputada socialista Helena Roseta explica ainda que os senhorios poderão ter benefícios fiscais, mas só a partir de 2018. A ideia é permitir, entretanto, que os municípios possam atribuir reduções no IMI ou nas taxas municipais. “Não se podem só criar ónus, têm de ser dadas compensações, senão não funciona”, afirma.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com