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Governo reforça apoio a agricultores. Linha de crédito da seca sobe para 50 milhões de euros

“Queremos apoiar as empresas agrícolas, os agricultores mais afetados com o impacto ainda da pandemia, da seca e desta crise que decorre com o conflito que se assola na Europa”, garantiu esta segunda-feira a ministra da Agricultura.
14 Março 2022, 18h14

A ministra da Agricultura anunciou esta segunda-feira três novas medidas para apoiar o sector agroalimentar, como o aumento da dotação da linha de crédito para fazer face à seca para um total de 50 milhões de euros, dos anteriores 20 milhões de euros, a antecipação – até maio – do pedido único e a redução ou isenção da tributação em sede de ISP para o gasóleo ou marcado agrícola.

“Queremos apoiar as empresas agrícolas, os agricultores mais afetados com o impacto ainda da pandemia, da seca e desta crise que decorre com o conflito que se assola na Europa. Queremos acomodar custos extraordinários (com a energia, lubrificantes…) e dar previsibilidade de disponibilidade de tesouraria aos agricultores e fundo de maneio”, explicou Maria do Céu Antunes, esta tarde, em conferência de imprensa com o ministro da Economia.

“São três novas medidas que esperamos que venham a mitigar esta tripla crise que decorre de três variáveis sobre a agricultura portuguesa [pandemia, seca e guerra]. Há outras medidas a ser estudadas junto da Comissão Europeia”, sintetizou a governante com a pasta da Agricultura, referindo-se, por exemplo, à intervenção regulatória direta nos mercados de energia com potencial de alteração do mecanismo de formação do preço dos bens energéticos ou compras conjuntas, tal como aconteceu com as vacinas contra a Covid-19.

Na semana passada, o Governo garantiu que não há qualquer motivo que faça antever a possibilidade de escassez de alimentos e esclareceu que, como Portugal importa principalmente da Ucrânia cereais para alimentação animal, há operadores já em contacto com mercados alternativos, entre os quais América do Sul e América do Sul, para importação destas matérias-primas.

“Além disso, estão também em curso operações e contactos com novos fornecedores, como é o caso da Africa do Sul. Os cereais destinados à alimentação humana, como é o caso dos trigos panificáveis, têm como principal origem de importações França, estando este circuito estável e consolidado”, explicou o gabinete de Maria do Céu Antunes.

No entanto, a tutela não respondeu ao plano da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), que no final de fevereiro enviou ao Governo um conjunto de mais de 30 medidas para evitar a degradação da situação que os produtores atravessam com a subida dos preços, quer motivado pela seca quer pelo conflito no leste da Europa. “Não houve ainda resposta a essas propostas: cada dia que passa sem apoios concretos à produção são dias perdidos que condicionam o presente e o futuro do sector agroalimentar”, lamenta a CAP.

A agência IFX avançou hoje que a Rússia poderá suspender as suas exportações de trigo, milho, arroz e cevada entre 15 de março e 30 de junho. O preço do trigo reagiu logo em alta, sendo que neste momento está a subir 1% para 1.117,10 dólares.

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