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Governo são-tomense diz ter impedido “ação terrorista” para raptar Presidente e assassinar primeiro-ministro

Na operação foram detidos, por enquanto, três indivíduos de nacionalidade espanhola e dois cidadãos são-tomenses, segundo o governo.
  • O primeiro ministro de São tomé e príncipe, Patrice Trovoada durante entrevista em Lisboa, 11 de fevereiro de 2018. ( Acompanha texto da Lusa de 16 de fevereiro de 2018). JOÃO RELVAS/LUSA
8 Agosto 2018, 10h47

O Governo são-tomense garantiu esta quarta-feira, 8 de agosto, que impediu uma “ação terrorista” que visava o sequestro do Presidente da República, Evaristo Carvalho, do presidente da Assembleia Nacional e a eliminação física do primeiro-ministro e chefe do Governo de São Tomé e Princípe, Patrice Trovoada.

“Nesta operação foram detidos por enquanto três indivíduos de nacionalidade espanhola e dois cidadãos nacionais”, indica o Governo, num comunicado do Conselho de Ministros.

Segundo o executivo, “além destas detenções, foram apreendidos na posse dos três cidadãos espanhóis que atuavam no país como mercenários, material bélico, facas de mato, granadas, binóculos e óculos de visão noturna, uniformes estrangeiros com distintivos nacionais, entre outros”.

No comunicado, o executivo são-tomense refere que “face à gravidade da situação e dos atos perpetrados até então pelos indivíduos envolvidos, o Governo acionou imediatamente os mecanismos internacionais de entreajuda em casos semelhantes com países amigos e a Interpol que responderam prontamente na assistência à Procuradoria-Geral da República e à Polícia Judiciária”.

No comunicado o Governo “assegura que tem o controlo total do país e garante a segurança individual e coletiva de todos os cidadãos e seus bens, bem como assegura a total liberdade de circulação sobre todo o território do país”.

Os cinco detidos deverão ser ouvidos hoje pelo juiz de instrução criminal.

Na terça-feira, os detidos foram levados a tribunal, onde ficaram durante cerca de cinco horas sem serem ouvidos pelo juiz.

Fonte judicial disse à Lusa que “alguns juízes de instrução criminal se manifestaram impedidos, recusando-se desta forma a pegar neste caso”.

Esta é a segunda tentativa de subversão da ordem constitucional em menos de dois meses em São Tomé e Príncipe.

Em 21 junho o governo anunciou que tinha detido o deputado do MLSTP-PSD Gaudêncio Costa, ex-ministro da Agricultura, e Ajax Managem, um sargento da Forças Armadas, por “tentativa de subversão da ordem constitucional”.

Os dois suspeitos foram postos em liberdade sob termo de identidade e residência pelo juiz de instrução criminal Francisco Silva, que alegou falta de provas para manter os dois acusados em prisão preventiva.

Eleições em outubro

Esta “ação terrorista” acontece um mês depois de o presidente são-tomense ter marcado eleições legislativas, autárquicas e regional da ilha do Príncipe para o dia 7 de outubro.

Neste decreto, o chefe de Estado de São Tomé e Príncipe cita a Lei Eleitoral para justificar que “a eleição da Assembleia Nacional (legislativa) se realiza entre os dias 22 de setembro e 14 de outubro do ano correspondente ao termo da legislatura, salvo no caso da eleição decorrer da dissolução”.

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