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Governo vai definir grupos alvo para a vacina da Covid-19 “em breve”

“Temos de estar preparados para que, no caso da vacina chegar em janeiro, a resposta seja efetiva”, reiterou a governante, depois de ter afirmado hoje de manhã, no podcast do PS “Política com Palavra” que uma vacina para a Covid-19 poderá chegar no início de 2021.
  • Miguel A. Lopes/Lusa
18 Novembro 2020, 15h47

O Governo português vai definir os grupos alvo para a vacina da Covid-19 “em breve”, de acordo com as declarações da ministra da Saúde, Marta Temido, na conferência de imprensa da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre o boletim epidemiológico desta quarta-feira.

“Temos de estar preparados para que, no caso da vacina chegar em janeiro, a resposta seja efetiva”, reiterou a governante, depois de ter afirmado hoje de manhã, no podcast do PS “Política com Palavra” que uma vacina para a Covid-19 poderá chegar no início de 2021.

“Os aspetos de logística, de administração, de registo e acompanhamento tem de ser garantida por cada país. É isso que Portugal está a preparar, desde há algumas semanas a esta parte. Portugal vai definir grupos alvo em breve”, explicou Marta Temido.

“A questão da administração das vacinas é um processo que a Comissão Europeia está a garantir para todos os Estados-membros. A cada país cabe definir os grupos prioritários para a vacinação e Portugal também o irá fazer a muito curto prazo, embora os trabalhos ainda estejam a decorrer em sede técnica”, acrescentou.

Graça Freitas, diretora da DGS, nomeou por despacho uma comissão técnica de vacinação contra a Covid-19, no dia 14 de novembro. Caberá a esta comissão recomendar qual a melhor forma das autoridades de saúde armazenarem, distribuírem e acompanharem a aplicação da vacina para a Covid-19.

“De acordo com os calendários de distribuição que existem neste momento, há possibilidade de uma das primeiras vacinas chegar em janeiro”, salientou a governante, explicando que o que afirmou esta manhã serviu para garantir que o Governo está a trabalhar para assegurar “o armazenamento, a distribuição e administração segura em termos de circuitos, de transporte e dos profissionais que serão alocados à administração de vacinas, em termos dos registos informáticos, e segura em termos das reações adversas anotadas”.

Resistência do SNS tem limites

Questionada sobre a capacidade e disponibilidade das camas para doentes Covid-19, Marta Temido referiu que nas últimas 24 horas registaram-se 3.051 internamentos por Covid-19, dos quais 2.619 em enfermaria geral e 432 em unidades de cuidados intensivos (UCI).

“De acordo com as duas métricas que utilizamos, ou seja aquilo que neste momento está preparado para responder à Covid-19, estes 2.619 comparam com 3.159 e os 432 com 506”, clarificou. Ou seja, para 3.159 camas de enfermaria geral registaram-se 2.619 internados e para 506 camas em UCI registam-se 432 internados.

Instada também a confirmar os números noticiados pelo “Público”, esta quarta-feira, que o Estado já tinha pago 54 milhões de euros por testes à Covid-19, realizados no setor privado, Marta Temido disse: “O Serviço Nacional de Saúde tem recorrido de uma forma importante a outros setores para a realização de testes PCR à Covid-19. Há um conjunto de laboratórios privados e de entidades do mundo académico que têm estado envolvidos neste esforço e, naturalmente, esses testes são pagos. O preço da convenção foi revisto para 65 euros, no início de outono”.

Já sobre as orientações das entidades de saúde sobre a possibilidade do profissionais de saúde poderem gozar férias ainda este ano, a governante defendeu que o “sistema tem limites à resistência”.

“Não é possível substituir os profissionais de saúde que estão na linha da frente por outros. Não há possibilidade de formar rapidamente médicos e enfermeiros e de lhes dar todas as competências para permitir que as pessoas descansem. Isso é mais um sinal que nos deve aconselhar a sermos solidários nos esforços para controlar a propagação do novo coronavírus”, afirmou.

Já no início do ano, os profissionais de saúde viram os seus planos de férias alterados devido à pandemia da Covid-19, algo que poderá voltar a acontecer perante a segunda vaga da pandemia. “É uma decisão difícil, um esforço adicional que se pede aos profissionais de saúde e que se poderá pedir também aos profissionais de outras áreas. Este é um momento particularmente difícil das nossas vidas”, disse a ministra da Saúde.

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