As grandes petrolíferas mundiais dobraram os seus lucros em 2022 para um valor de 219 mil milhões de dólares (204 mil milhões de euros), um novo recorde.
Este grupo inclui a BP, Chevron, Equinor, Exxon Mobil, Shell e TotalEnergies, segundo as contas da “Reuters”.
O ano de 2022 ficou marcado pelo disparo dos preços do petróleo depois da invasão russa da Ucrânia.
Os lucros do “big oil” são boas notícias para os seus acionistas, com as empresas a distribuírem um total de 110 mil milhões de dólares (102 mil milhões de euros) em dividendos e recompra de ações.
Ao mesmo tempo, as majors também apostaram na redução da dívida e em aumentar o investimento na produção de petróleo e de gás.
O ano passado também ficou marcado por a Comissão Europeia dar luz verde à cobrança de lucros extraordinários ao sector petrolífero, com vários países – incluindo Portugal – a avançarem com a medida, numa altura em que os preços da energia também registaram níveis elevados.
A norueguesa Equinor tornou-se na maior fornecedora de gás natural à Europa depois de a russa Gazprom ter cortado o fornecimento.
Já a dívida de cinco destas grandes – BP, Chevron, Equinor, Exxon Mobil, Shell e TotalEnergies – também está em níveis de 2013, tendo recuado para 100 mil milhões de dólares (93 mil milhões de euros) em 2022.
O atual momento do mundo em termos energéticos levou a BP a reverter a sua intenção de reduzir a produção de petróleo e de gás até 2030.
“Precisamos de energia com baixo carbono, mas também precisamos de energia segura e a preços acessíveis. E isso é o que governos e a sociedade em todo o mundo estão a pedir”, disse o CEO da BP Bernard Looney esta semana.
A decisão da BP foi elogiada pelos analistas da Bernstein, que consideraram-na uma “lição em pragmatismo, prioridade e performance”.
“O pragmatismo tomou a dianteira esta semana (…). A BP vai inclinar-se mais para o petróleo e gás até ao final desta década”, segundo o analista Oswald Clint.