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Gratuitidade dos manuais escolares deve ser universal, diz PCP Madeira

Tal medida, já garantida aos estudantes do ensino público no continente através da aprovação do Orçamento do Estado de 2019, não é aplicada na Região.
10 Novembro 2021, 12h17

O deputado do Partido Comunista Português Ricardo Lume apresentou esta quarta-feira, 10 de novembro, na Assembleia Legislativa da Madeira, o projeto “Pela gratuitidade dos manuais escolares e recursos didáticos” para todos os alunos do ensino público da Região Autónoma da Madeira que frequentam a escolaridade obrigatória.

Tal medida, já garantida aos estudantes do ensino público no continente através da aprovação do Orçamento do Estado de 2019, não é aplicada na Região. Ricardo Lume refere que é uma “tremenda injustiça as famílias da Região terem que assumir estas despesas quando a nível nacional tal já não acontece”.

O deputado critica medidas que prejudicam as famílias de classe média, quando a Segurança Social “deixa de fora dos escalões de acesso à gratuitidade dos manuais “uma família cujo rendimento seja de 700 euros”.

O PCP considera que a responsabilidade que os municípios da Região têm assumido na concessão destes apoios é “uma meia medida, visto que tais apoios são retirados a um aluno que tenha que estudar fora do seu concelho de residência”.

Esta medida é de extrema importância para “garantir um dos princípios constitucionais que é a progressiva gratuitidade da escolaridade, em particular da escolaridade obrigatória”, conclui o deputado.

O Partido Socialista, representado pela deputada Olga Fernandes, também apresentou críticas ao Governo Regional de coligação PSD/CDS, acusando-o de recorrer a “subterfúgios” para camuflar as meias medidas que concretizou com a atribuição de escalões escolares. A deputada acusa ainda o Governo de priorizar a “atribuição de culpas e de desresponsabilização” na questão da gratuitidade do ensino numa atitude de “má vontade ou até mesmo de teimosia”.

Também o deputado Paulo Alves do JPP defendeu que tem que ser o Governo Regional a arrecadar com as despesas e assegurar gratuitidade dos manuais e materiais escolares para todos os alunos do ensino público, não apenas mediante a atribuição de escalões.

PSD e CDS vincam aposta do Executivo madeirense na digitalização dos manuais escolares como o caminho mais lógico a seguir

Em resposta, o PSD remeteu para a importância da digitalização dos manuais escolares, e acusou a proposta do PCP de ser “pretensiosa” em tentar mostrar que o Governo Regional é contra a gratuitidade dos materiais escolares, quando “tal não é verdade”, afirmou a deputada Sónia Silva.

A deputada considera ainda que a desmaterialização dos manuais é o caminho mais lógico a seguir, de modo a reduzir o peso das mochilas e os custos ambientais dos manuais em papel. Acrescenta ainda que a Madeira é a região do país que mais investe na educação, nomeadamente na digitalização e inovação tecnológica do ensino.

O deputado António Lopes da Fonseca do CDS/PP foi ainda mais longe: “No CDS somos contra a distribuição de manuais escolares gratuitos para todas as famílias, as que podem pagar, pagam, e as que não podem, têm os apoios da ação social escolar”, dizendo ainda que “os alunos do ensino privado são discriminados” nestas medidas. O deputado realçou também a importância da digitalização dos manuais escolares como sendo uma medida do futuro.

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