Grécia e Europa. Hoje é o “dia D”. Varoufakis garante que não há “bluff”

Os ministros das Finanças da zona euro estão reunidos em Bruxelas numa tentativa para obter um acordo entre a Europa e a Grécia. O encontro, considerado pelo presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem, “dia D” para as relações gregos e os seus parceiros, realiza-se a  poucos dias do final do programa da troika, precisando a […]

Os ministros das Finanças da zona euro estão reunidos em Bruxelas numa tentativa para obter um acordo entre a Europa e a Grécia.

O encontro, considerado pelo presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem, “dia D” para as relações gregos e os seus parceiros, realiza-se a  poucos dias do final do programa da troika, precisando a Grécia garantir um entendimento que lhe permita assegurar o financiamento do Estado, no muito curto prazo, e evitar o colapso do sistema bancário.

Os bancos gregos têm nas últimas semanas enfrentado uma forte pressão dos depositantes, que tem sido compensada com cedência de liquidez de emergência do Banco Central Europeu. A secagem de liquidez por parte da banca poderá adensar-se ainda mais, caso a reunião de hoje não venha a ser conclusiva.

Durante o fim-de-semana, o primeiro-ministro grego, Alex Tsipras, confessou-se confiante na obtenção de um acordo esta segunda-feira, salientando que “a Grécia não quer dinheiro, quer tempo”. Apelando à compreensão dos credores, o governante afirmou: “Prometo que a Grécia será um país muito diferente dentro de seis meses”.

Já hoje num artigo publicado na edição do jornal The NewYork Times, o ministro das Finanças, Yanos Varoufakis, garantia não estar “a fazer bluff” nas negociações com os credores.

No texto publicado no mesmo dia em que os ministros das Finanças da zona euro estão reunidos, em Bruxelas, Yanis Varoufakis escreve que alguns comentadores pensaram que, devido ao seu trabalho académico sobre a teoria dos jogos, estava a fazer “bluff” com os parceiros europeus da Grécia.

“Se há uma coisa que aprendi é que seria uma loucura ver as conversações como um jogo, em que se ganha ou perde por “bluff” ou subterfúgios táticos”, afirmou.

Varoufakis afirmou estar convencido de que só há uma opção: “apresentar honestamente os factos sobre a economia social da Grécia” e as propostas para regressar ao crescimento, explicar que são do interesse da Europa e anunciar as linhas vermelhas que a lógica e o dever impedem de ultrapassar.

“Essas linhas não serão ultrapassadas”, escreveu.

Segundo Varoufakis, essa é “a grande diferença” entre este e os anteriores governos gregos. “Vamos bater-nos contra os interesses poderosos e não vamos deixar que nos tratem como uma colónia da dívida que tem apenas o que merece”, afirmou.

Atenas quer lançar em breve um programa “humanitário” para os gregos mais afetados pela crise.

Varoufakis lembrou que o novo governo pede “alguns meses de estabilidade financeira que permitam lançar as reformas para o regresso ao crescimento e ponham fim à impossibilidade de pagar as dívidas”.

A reunião de hoje é a última do Eurogrupo antes do final previsto – 28 de fevereiro- para o programa da troika. Para as 20h00 está marcada uma conferência de imprensa em Bruxelas, havendo dúvidas quanto ao cumprimento do horário dada a complexidade da reunião.

Almerinda Romeira/OJE/Lusa

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