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Grécia: eleições sem decisão definitiva

Atual primeiro-ministro, Kyriakos Mitsotakis, venceu as eleições, mas sem maioria absoluta. A alteração das regras implica que haverá agora um período de três tentativas de formação de coligação. Mas o mais provável é a marcação de novas eleições para julho.
22 Maio 2023, 16h20

O partido de centro-direita do atual primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis , conquistou mais de 40% dos votos nas eleições de domingo, vencendo confortavelmente o seu principal oposição, o Syriza, mas ficando aquém da maioria absoluta. Sem os votos atribuídos à margem da votação – que permitiam induzir maiorias absolutas com alguma facilidade – o sistema passou a induzir precisamente o contrário.

O Nova Democracia venceu com uma margem de 20 pontos (40,8%) sobre o Syriza, que não foi além dos 20,1%. Mesmo em Creta, um bastião socialista, o partido de direita saiu-se inesperadamente bem.

Mas sem o bónus que a nova legislação inviabilizou, era praticamente impossível que qualquer dos partidos presentes conseguisse atingir a maioria absoluta.

Agora, o partido mais votado tem três dias para formar uma coligação. Se não o conseguir, a hipótese será de imediato dada ao segundo partido e, caso este chegue ao mesmo impasse, ao terceiro. No final das rondas, se nenhum dos três partidos com mais votos conseguir as alianças políticas necessárias, terá de ser nomeado um governo provisório – que terá como uma das suas funções marcar um novo ato eleitoral.

Segundo os jornais gregos, o mais provável é que os três partidos falhem a possibilidade de coligação – para além do Nova Democracia e do Syriza, o terceiro partido por o PASOK.

Sob um novo sistema eleitoral de representação proporcional introduzido pelo ex-primeiro-ministro e líder do Syriza, Alexis Tsipras , o vencedor teria de garantir cerca de 46% dos votos para obter uma maioria absoluta de 151 lugares no parlamento de 300 membros.

Os partidos mais pequenos, incluindo o MeRa25, liderado pelo ex-ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, não conseguiram ultrapassar o limite de 3% para entrarem no parlamento – apesar de as sondagens apontarem para que iria conseguir 4%. O KKE, o partido comunista, obteve 7,2% dos votos, tendo estado especialmente bem nos centros urbanos.

A votação desta espécie de segunda volta, prevista para 2 de julho, ocorrerá sob um sistema de representação semi-proporcional que concede ao primeiro partido 50 lugares extras se obtiver 40% dos votos.

Num discurso na noite de domingo, citado ´pela comunicação social grega, o primeiro-ministro disse estar “orgulhoso e emocionado” com os resultados. “A esperança venceu o pessimismo, a unidade venceu a divisão”, disse Mitsotakis.

“Prometo trabalhar ainda mais. As pessoas querem um governo forte com um mandato de quatro anos para que possamos recuperar o terreno perdido que nos separa da Europa. É preciso um governo que realmente acredite nas reformas para poder implementá-las”.

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