A empresa mineira canadiana Eldorado Gold anunciou esta segunda-feira que vai suspender operações na Grécia, alegando atrasos na aquisição de licenças necessárias. O anúncio do maior investidor estrangeiro no país surge numa altura em que o Governo grego de Alexis Tsipras está a estudar formas de captar investimentos estrangeiros, criando um caminho sustentável para sair do programa de assistência financeira.
“Se Eldorado decidir sair do país, haverá consequências a curto e longo prazo”, explica à agência ‘Bloomberg’ Panos Tsakloglou, professor da Universidade de Economia e Negócios de Atenas, que foi também um dos negociadores do resgate financeiro da Grécia entre 2012 e 2014. “No curto prazo, milhares de empregos serão perdidos com múltiplos efeitos para a economia local”.
Atualmente, a Eldorado Gold emprega 2.400 pessoas no país e, se a empresa conseguisse concluir o seu plano de investimentos, contraria mais 1.200 funcionários. Panos Tsakloglou lembra ainda que, a longo prazo, a decisão de se retirar da Grécia vai afetar negativamente o clima de investimento e prejudicar os esforços do Governo para atrair investidores estrangeiros para acabar com os resgates e pôr fim à alta taxa de desemprego no país.
“A decisão da Eldorado representa um golpe significativo para a economia grega”, afirma Mujtaba Rahman, diretor-gerente da consultora política Eurasia. “Será difícil para Syriza sair com êxito do resgate no próximo ano”.
Desde a aquisição das minas de Cassandra, na Grécia, por cerca de 2 mil milhões de dólares (1,6 mil milhões de euros) em 2012, a Eldorado investiu mais mil milhões de dólares (0,8 mil milhões de euros) no país. O valor duplicaria se a empresa pudesse avançar com a exploração mineira em Olympia, Skouries e Perama.
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