O chefe do governo grego, Alexis Tsipras, assumiu a responsabilidade política da tragédia dos incêndios, que fez 86 vítimas mortais e vários desaparecidos, num discurso perante o conselho de ministros e transmitido em direto para o país.
“Assumo integralmente perante o povo grego a responsabilidade política desta tragédia”, disse, na tentativa de manter a coesão do seu governo e de impedir quaisquer responsabilizações ministeriais.
Para além dos mortos e dos desaparecidos (já foram encontradas 40 pessoas), mas há mais com paradeiro incerto), continuam hospitalizadas 53 pessoas, entre as quais quatro crianças, e 11 dos feridos estão em estado crítico. A identificação dos mortos e mesmo de alguns feridos continua a ser um dos problemas – com uma equipa alemã no terreno a ajudar as autoridades gregas.
De acordo com o Ministério das Infraestruturas, 51% dos 3.546 edifícios já inspecionados estão inabitáveis, o que resulta na impossibilidade de milhares de pessoas podere, a breve prazo, regressarem aos seus lares.
Entretanto, o governo divulgou uma série de imagens de satélite que apontam para que os incêndios foram premeditados. O Ministério da Proteção ao Cidadão disse que não são apenas “sinais”, mas “evidências”, e testemunhos recolhidos pelas autoridades policiais sustentam a tese. Uma das evidências mostradas pelo governo revela os locais onde os fogos foram iniciados numa montanha, mostrando linhas paralelas perfeitamente definidas, o que aponta para uma clara mão criminosa por trás da tragédia.
Foram registados em menos de meia hora treze focos diferentes, todos alinhados paralelamente à estrada, como mostram as fotos e os vídeos dos satélites.
O governo de Alexis Tsipras pediu ajuda internacional na noite de segunda-feira, tendo já alguns países respondido com meios de apoio. Portugal disponibilizou 50 elementos da Força Especial de Bombeiros (FEB) para ajudar a combater os incêndios na Grécia.
Bem mais a norte, na Suécia, também flagelada pelos incêndios ao longo deste verão, o exército usou pela primeira vez um sistema que já foi usado noutros países, que é o lançamento de uma bomba para o foco de incêndio. Ao deflagrar, a bomba consome momentaneamente todo o oxigénio em determinado espaço e, não se podendo propagar no vácuo, o fogo desaparece automaticamente.
O sistema foi bem sucedido, mas, como é evidente, não pode ser usado em todas as situações. Na Suécia, o sistema foi usado no vasto terreno onde deflagrou um incêndio, mas que estava vedado em todo o seu perímetro, dado servir para exercícios militares.
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