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Grécia: Tsipras assume responsabilidade política pela tragédia dos incêndios

Primeiro-ministro grego assumiu “a responsabilidade política pela tragédia” dos incêndios, que fizeram pelo menos 86 mortos. Parte dos mais graves estão sob fortes suspeitas de fogo posto. Entretanto, na Suécia, um fogo foi apagado com uma bomba.
  • Yves Herman / Reuters
27 Julho 2018, 17h40

O chefe do governo grego, Alexis Tsipras, assumiu a responsabilidade política da tragédia dos incêndios, que fez 86 vítimas mortais e vários desaparecidos, num discurso perante o conselho de ministros e transmitido em direto para o país.

“Assumo integralmente perante o povo grego a responsabilidade política desta tragédia”, disse, na tentativa de manter a coesão do seu governo e de impedir quaisquer responsabilizações ministeriais.

Para além dos mortos e dos desaparecidos (já foram encontradas 40 pessoas), mas há mais com paradeiro incerto), continuam hospitalizadas 53 pessoas, entre as quais quatro crianças, e 11 dos feridos estão em estado crítico. A identificação dos mortos e mesmo de alguns feridos continua a ser um dos problemas – com uma equipa alemã no terreno a ajudar as autoridades gregas.

De acordo com o Ministério das Infraestruturas, 51% dos 3.546 edifícios já inspecionados estão inabitáveis, o que resulta na impossibilidade de milhares de pessoas podere, a breve prazo, regressarem aos seus lares.

Entretanto, o  governo divulgou uma série de imagens de satélite que apontam para que os incêndios foram premeditados. O Ministério da Proteção ao Cidadão disse que não são apenas “sinais”, mas “evidências”, e testemunhos recolhidos pelas autoridades policiais sustentam a tese. Uma das evidências mostradas pelo governo revela os locais onde os fogos foram iniciados numa montanha, mostrando linhas paralelas perfeitamente definidas, o que aponta para uma clara mão criminosa por trás da tragédia.

Foram registados em menos de meia hora treze focos diferentes, todos alinhados paralelamente à estrada, como mostram as fotos e os vídeos dos satélites.

O governo de Alexis Tsipras pediu ajuda internacional na noite de segunda-feira, tendo já alguns países respondido com meios de apoio. Portugal disponibilizou 50 elementos da Força Especial de Bombeiros (FEB) para ajudar a combater os incêndios na Grécia.

Bem mais a norte, na Suécia, também flagelada pelos incêndios ao longo deste verão, o exército usou pela primeira vez um sistema que já foi usado noutros países, que é o lançamento de uma bomba para o foco de incêndio. Ao deflagrar, a bomba consome momentaneamente todo o oxigénio em determinado espaço e, não se podendo propagar no vácuo, o fogo desaparece automaticamente.

O sistema foi bem sucedido, mas, como é evidente, não pode ser usado em todas as situações. Na Suécia, o sistema foi usado no vasto terreno onde deflagrou um incêndio, mas que estava vedado em todo o seu perímetro, dado servir para exercícios militares.

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