A Greenvolt anunciou hoje uma emissão de 200 milhões de euros em obrigações passíveis de serem convertidas em ações representativas do seu capital. A emissão vai ser subscrita integralmente por um fundo global de infraestruturas gerido pela Kohlberg Kravis Roberts (KKR).
A KKR pode acionar a opção de conversão de compra das obrigações a partir do final do terceiro ano se o valor das ações da Greenvolt atingir os 10 euros. Se tal acontecer, torna-se acionista da energética portuguesa. A cotada fechou a sessão de quinta-feira a valer 7,87 euros.
“Este investimento, que se soma a outros do fundo de investimento norte-americano no segmento das energias renováveis, vai permitir um crescimento mais acelerado da Greenvolt, potenciando também novas oportunidades de negócio”, segundo comunicado da empresa.
Este acordo já conta com a “aprovação do grupo de acionistas detentores da maioria do capital e dos direitos de voto da Greenvolt” e “reforça a capacidade de execução dos projetos de energias renováveis, abrindo a porta a novas oportunidades a explorar em conjunto”.
A companhia avança que esta “emissão de obrigações convertíveis em ações está sujeita à aprovação pelos acionistas da Greenvolt em assembleia geral ordinária que irá realizar-se até 31 de maio. No momento da assinatura deste acordo, o grupo de acionistas representantes da maioria do capital e dos direitos de voto da Greenvolt anunciaram o seu compromisso para com esta operação, votando a favor dos termos necessários à sua concretização, bem como da nomeação de um não-executivo adicional para a administração da empresa”.
Estas obrigações a sete anos contam com uma taxa de juro anual de 4,75%, vão ser subscritas integralmente pelo fundo da KKR e não serão admitidas à negociação na Euronext Lisboa.
“O preço de conversão destes títulos em ações ficou definido em 10,00 euros, um valor que tem implícito um prémio de 25% acima do preço médio ponderado das ações da Greenvolt cotadas na Euronext Lisbon nos 47 dias anteriores à celebração deste acordo. Ao valor de conversão definido, a Greenvolt fica avaliada em 1,6 mil milhões de euros”, de acordo com a energética liderada por João Manso Neto.
Com a conversão, serão emitidas 20 milhões de ações e a KKR passa a deter 12,% da Greenvolt.
“Esta é uma operação de extrema relevância para a Greenvolt, na medida em que vemos na KKR não apenas um investidor, que reconhece o potencial da empresa, mas também um parceiro, que acredita na estratégia que definidos, isto ao mesmo tempo que possibilitará acelerar ainda mais o cumprimento dos compromissos assumidos. Estou certo de que será uma parceria geradora de novas oportunidades de crescimento que maximizem o valor” da companhia, disse em comunicado o CEO da empresa.
Por seu turno, Vincent Policard da KKR afirma que o fundo está “muito entusiasmado em fazer esta parceria que dará suportes à estratégia de criação de valor no segmento das energias renováveis, entregando 100% de energia verde através de múltiplas tecnologias em diversas geografias. Vemos uma grande oportunidade para a Greenvolt na biomassa, na energia eólica e solar de larga escala e na geração distribuída e este investimento está alinhado com o compromisso da KKR para dar novos passos rumo à importante transição energética”.
A Greenvolt conta com um pipeline de 6,7 gigawatts, com 2,9 gigawatts em “estado avançado de desenvolvimento até ao final de 2023”.
Desde 2015 que a KKR já “investiu mais de 15 mil milhões de dólares em instrumentos de capital a nível mundial para investir em ativos renováveis, tais como a energia solar e eólica”.