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Growin prevê faturar cerca de 4,5 milhões de euros até ao final do ano

A Growin é uma startup nacional criada e liderada pela empreendedora Sónia Jerónimo. Em entrevista à StartUp Magazine, a ‘CEO’ revela o que a motivou a criar uma empresa de consultoria em tecnologias de informação e como a mesma se tornou um caso de sucesso.
14 Novembro 2016, 12h25

Quem é Sónia Jerónimo, CEO da startup Growin?

Formada em Economia, fui professora universitária (de Economia Portuguesa, Microeconomia e Economia do Ambiente), mas acabei por dar mais contributo ao mercado empresarial. Dediquei os últimos 15 anos à criação de empresas ligadas às tecnologias de informação. Empreendedora desde cedo, criei a primeira startup em 2005, a segunda em 2008 e, por fim, em 2015 a Growin. Acima de tudo, o mais importante na criação de novos negócios ou empresas são as equipas que escolhemos para tornar o sonho realidade. Em conjunto e dando oportunidades a todos os colaboradores, desenvolvendo o melhor que cada um tem, o sucesso é garantido.

O que a levou a deixar o mundo universitário e abraçar o mercado empresarial?

Atualmente assistimos a uma maior aproximação do mundo académico ao mundo empresarial. No entanto, há cerca de 15 anos, havia um enorme fosso. Após 4 anos de mundo académico, pensei que poderia ter um maior contributo ao ingressar no mercado empresarial e perceber como o mundo da gestão funciona na prática. Além disso, considerei que se um dia regressasse ao mundo académico para dar aulas, levaria comigo algo mais enriquecedor, que apenas manuais, aos futuros alunos.

Em que ano foi constituída a Growin e como tem sido o seu crescimento?

A Growin iniciou-se no mercado nacional com uma equipa de cerca de 14 colaboradores em Janeiro do ano passado. No primeiro ano faturou 2 milhões de euros, e queremos terminar este segundo ano com 160 colaboradores. Estamos orgulhosos pois construímos uma employer brand (marca empregadora) no mercado nacional, isto em pouco mais de um ano. Construímos uma empresa com uma forte cultura organizacional, assente em valores que são o pilar da nossa empresa e que guiam as decisões no dia-a-dia de todos os nossos colaboradores. Valores como a participação e envolvimento, estímulo das lideranças construtivas e a criação de novas ideias e soluções, o respeito por todos, feedback constante e real, assim como canais diretos à direção. Toda esta capacidade de criar um espaço de e para todos criou uma ligação emocional natural à organização e à sua gestão, de tal forma, que mais de 50% dos colaboradores contratados em 2015 foram provenientes de referências internas de outros colaboradores. Na sua essência, construímos desde o primeiro momento, uma empresa com raízes fortes e elevado sentido de pertença de cada um dos nossos colaboradores.

E qual foi a sua motivação para iniciar este projeto?

A grande motivação foi criar algo cujo modelo de gestão estivesse genuinamente centrado nas pessoas. Que tivesse no centro das suas preocupações as pessoas e o seu talento, trabalhando diariamente para o seu crescimento, melhorando as suas vidas profissionais e pessoais. O respeito pelos nossos colaboradores, a integração das suas ideias, o respeito pelas diferenças e a total proximidade com a direção, foram o grande móbil. Acreditar que todos os dias podemos fazer a diferença na vida dos nossos colaboradores.

Quanto aos resultados – volume de faturação e número de postos de trabalho – o que espera atingir no final de 2016?

Em 2015, ano da nossa fundação, atingimos um volume de faturação de cerca de dois milhões de euros. Para 2016 tínhamos como objetivo duplicar e atingir os quatro milhões de euros de faturação. À data de hoje, e com todos os projetos a decorrer, devemos atingir um volume de faturação próximo dos 4,5 milhões de euros e um total de 160 colaboradores, o que ganha um particular destaque, tendo em conta que começámos com 14 colaboradores e terminámos o primeiro ano, 2015, com 110.

Qual a Missão da empresa e quais os seus valores?

A capacidade e rapidez de resposta são fatores críticos para o sucesso das empresas de tecnologias de informação. Por essa razão, a Growin tem por missão desenvolver parcerias de valor e relações fortes com os seus colaboradores que, aliadas a uma elevada flexibilidade e knowhow (conjunto de conhecimentos práticos), nos diferenciam neste mercado da consultoria em TI. Em 2015 tornamo-nos uma employer brand (marca empregadora) no mercado nacional, estatuto dado pelos nossos colaboradores e pelo próprio mercado. Em 2016 a nossa missão continua, passando por ser uma empresa de referência no mercado nacional.

Desde o primeiro momento da sua criação que a Growin teve como base um conjunto de valores que promovessem lideranças construtivas no seio de toda a organização. Face à experiencia passada que a equipa de gestão tinha, tínhamos a plena consciência que era possível construir uma empresa que fosse realmente diferente.

Por isso, desde o primeiro momento que promovemos a construção diária, uma cultura de diversidade e de inclusão, através de ações e comportamentos que criaram um ambiente onde os colaboradores se sentem envolvidos, respeitados, valorizados e ligados, trazendo o seu verdadeiro “eu” (ideias, perspetivas, partilha e conhecimento pessoal) para a organização. Este ambiente foi fundamental para o desenvolvimento de lideranças ativas, emocionalmente ligadas à gestão e à empresa. Construímos “team players/leaders” mais do que executivos ou managers. Trata-se de um modelo completamente disruptivo face ao das empresas tradicionais nesta área. Envolve instrumentos que permitiram aos colaboradores desenvolver conceitos de “companheirismo” e construir sistemas internos que permitam as pessoas comunicar entre si, cooperar de forma fácil e organizar-se em torno de uma rede de equipas – criamos o conceito de “network of teams”. Esta nossa cultura organizacional moldou a forma como tomamos decisões e como interagimos com os nossos pares dentro e fora da organização.

Quem são os principais acionistas?

Temos três acionistas 100% nacionais. Pretendemos manter a sua confidencialidade, mas posso adiantar que eu sou uma das principais acionistas.

E os seus principais clientes?

Trabalhamos essencialmente com dois mercados que internamente definimos como o “tradicional” e as “startups”. No tradicional encontramos praticamente todos os Bancos e Seguradoras, Utilities, Media e Comunicação, assim como parceiros tecnológicos. No mercado das startups, ajudamos estas empresas mais recentes e com modelos de negócios bem diferentes do mercado tradicional a levar em frente os seus projetos, que procuram talentos em áreas como design, analitycs, big data, entre outros. Contamos, atualmente, com cerca de 60 clientes ativos em Portugal (Lisboa e Porto) e também no Norte da Europa, que representa o dobro face a 2015.

Para além da Growin portuguesa, foi criada uma em Londres, a ‘Growin UK’. Fale-nos da sua estratégia de internacionalização.

A estratégia de internacionalização da Growin passou por mercados específicos, tanto a nível geográfico, como tecnológico. Criamos a ‘Growin UK’, com sede em Londres, com o objetivo de desenvolver projetos on site e nearshore em sistemas distribuídos. A nossa estratégia passou por endereçar mercados verticais específicos e não dispersar por todas as tecnologias. Prevemos que em 2017 esta estratégia começará a dar os seus frutos e estará consolidada.

Por fim, que outros projetos empresariais pensa desenvolver em torno da Growin?

Criamos em Abril deste ano a ‘Growin Innovation’, uma empresa de service design, focado no Human Centered Design (abordagem criativa para a resolução de problemas), já com projetos interessantes na área do ‘Smart Mobility’.

A empresa Growin Innovation ajuda organizações a transformarem-se, testando novos conceitos e novas ideias, mas sempre dedicadas a responder às necessidades das pessoas. Apesar de contar apenas com oito meses de existência, o mercado já reconhece o valor acrescentado da empresa. Já estamos com projetos para 2017, usando o design thinking (conjunto de métodos e processos para abordar problemas) para desenho de serviços em segmentos específicos do turismo.

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