O grupo do Partido Popular Europeu (PPE) no parlamento europeu defendeu este domingo uma intervenção direta nos mercados do gás e da electricidade para baixar a fatura aos consumidores, assegurando que desassociar o custo da eletricidade do gás é uma entre várias vias para conseguir baixar os preços.
Fontes do grupo político explicaram à agência espanhola EFE que o “decoupling” do preço da eletricidade do gás pode ser uma possibilidade, mas não a única, sobretudo tendo em conta o tempo que pode tardar até conseguir fazê-lo, pelo menos dois anos. Durante esse tempo, precisaram as fontes, os preços vão continuar a subir.
Ou seja, consideram que os Estados-membros da UE terão de encontrar uma fórmula mais rápida para contrariar a escalada de preços da energia. Segundo as fontes, o debate nos próximos meses será centrado numa intervenção direta nos mercados do gás e da eletricidade, em concreto, como fixar o preço e por quanto tempo.
E recordam que a presidente da Commissão Europeia, Ursula von der Leyen, está a favor de reformar o atual sistema de fixação de preços na UE. Von der Leyen anunciou na semana passada uma proposta legislativa para impulsionar uma redução do consumo de energia – obrigatória nas horas de maior pico -, um limite à remuneração das renováveis e o nuclear no mercado grossista e um imposto sobre os lucros extraordinários das empresas que utilizem combustíveis fósseis.
Paralelamente, o executivo comunitário também está a trabalhar numa reforma de fundo do mercado energético.
O grupo do PPE pediu este domingo – através de duas mensagens no Twitter – “medidas concretas” para fazer frente ao aumento dos preços da energia quer para os cidadãos, quer pata as empresas.
“Os Estados-membros da UE têm que utilizar o seu poder de mercado para acordar um limite de preços para o gás russo”, indicaram. Também pediram um redirecionamento dos fundos de recuperação para a pandemia e do plano RePowerEU, apresentado em maio, para reduzir drasticamente a dependência da UE face ao gás da Rússia.