[weglot_switcher]

Grupo ETE justifica contratação de novos estivadores com a recusa dos anteriores

Operador portuário já contratou oito estivadores à margem do SEAL – Sindicato de Estivadores e da Atividade Logística e assegura que vai fazer mais contratações.
6 Abril 2020, 19h41

O Grupo ETE – Empresa de Trafego e Estiva esclareceu hoje, dia 6 de abril, através de comunicado, que procedeu à contratação de novos estivadores para o porto de Lisboa, à margem do SEAL – Sindicato de Estivadores e da Atividade Logística, porque os anteriores, pertencente à A-ETPL – Associação-Empresa de Trabalho Portuário de Lisboa, cuja insolvência já foi declarada, terão rejeitado serem contratados novamente.

“O Grupo ETE esclarece que perante a declaração de insolvência da empresa de trabalho portuário de Lisboa – A-ETPL – e perante a cessação de atividade desta e de todos os contratos dos seus trabalhadores, convidou, de imediato, os ex-trabalhadores da A-ETPL a ingressarem nos quadros privativos das suas empresas, comprometendo-se a garantir a antiguidade, as mesmas condições remuneratórias e, ainda, a garantir o pagamento dos salários em atraso na A-ETPL”, explica o operador portuário no referido comunicado.

De acordo com o esclafrecimento, esse convite foi dirigido a 41 trabalhadores da A-ETPL.

“Perante a recusa dos ex-trabalhadores da A-ETPL após terem consultado o sindicato, o Grupo ETE recorreu ao mercado, nos termos da lei, e já contratou oito trabalhadores, tudo para garantir o normal e regular funcionamento do porto de Lisboa e, por conseguinte, o abastecimento de bens essenciais a quem deles precisa e, em concreto, abastecer as Regiões Autónomas da Madeira, dos Açores e a República de Cabo Verde”, assegura o comunicado em questão.

Nesse documento, o Grupo ETE esclarece ainda que, “através das suas empresas de estiva que operam no porto de Lisboa – Terminal Multiusos do Poço do Bispo (TMPB), Terminal de Santa Apolónia (TSA), e Atlanport – perante a declaração de insolvência da empresa de trabalho portuário de Lisboa- A-ETPL – e perante a cessação de atividade desta e de todos os contratos dos seus trabalhadores convidou, de imediato, os ex-trabalhadores da A-ETPL a ingressarem nos quadros privativos das suas empresas, comprometendo-se a garantir a antiguidade, as mesmas condições remuneratórias e, ainda, a garantir o pagamento dos salários em atraso na A-ETPL”.

“O convite foi dirigido a 14 trabalhadores para ingressarem os quadros privativos da ETE e, ainda manifestada a vontade de contratar mais 27 trabalhadores para uma nova empresa de trabalho portuário – a ETP PRIME -, mantendo a todos as mesmas condições remuneratórias, garantindo a antiguidade e suportando os salários em atraso, num total de 41 trabalhadores”, revela esse mesmo comunicado.

De acordo com essa nota, “o Grupo ETE manifesta o seu firme propósito de contratar para os seus quadros privativos e da sua empresa de trabalho portuário, em constituição, e privilegiou, para tal, os ex-trabalhadores da A-ETPL insolvente”.

“Porém, não obstante os convites reiterados e a garantia das condições remuneratórias tal não foi possível, uma vez que os referidos ex-trabalhadores mesmo tendo manifestado muita vontade num primeiro momento, alegaram que após falarem com o sindicato não se encontravam em condições de aceitar a proposta do Grupo ETE”, assinalam os responsáveis do operador portuário.

E os responsáveis do Grupo ETE salientam: “assim, e para garantir o serviço público a que o Grupo ETE se encontra vinculado e garantir o abastecimento das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, nomeadamente num momento em que nos encontramos em Estado de Emergência e perante uma pandemia, declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), originada pela Covid-19, não nos restou outra alternativa que não fosse a de divulgar as referidas ofertas de emprego em vários sites de emprego e em jornais de divulgação nacional – já assinámos oito contratos de trabalho para os quadros privativos das nossas empresas e continuamos a recrutar”.

“O Grupo ETE compromete-se a tudo fazer para garantir o normal e regular funcionamento do porto de Lisboa e, por conseguinte, o abastecimento de bens essenciais a quem deles precisa e, em concreto, abastecer as Regiões Autónomas da Madeira, dos Açores e a República de Cabo Verde”, conclui o comunicado.

Recorde-se que ainda antes do surto do coronavírus em Portugal, o porto de Lisboa já se encontrava em greve, decretada pelo SEAL, facto que levou à imposição da requisição civil por parte do Governo, embora o sindicato já tenha prolongado a paralisação até junho.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.