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Grupo hacker português reivindica ataque a 61 sites do Brasil este ano

Entre os ataques cibernéticos, o grupo também reivindicou a invasão de portais eletrónicos do Ministério da Saúde brasileiro, que inviabilizou a correta divulgação de dados sobre a pandemia de covid-19 no país durante algumas semanas.
  • REUTERS/Kacper Pempel
25 Novembro 2020, 08h37

O grupo do ‘hacker’ português que assumiu publicamente o recente ataque cibernético ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil admitiu ter invadido 61 ‘sites’ brasileiros este ano, segundo o jornal O Estado de São Paulo.

O grupo denominado “CyberTeam”, e que é liderado pelo pirata informático português conhecido como “Zambrius”, admitiu ter atacado este ano pelo menos 61 páginas da internet com o domínio “.br”. – que indica o Brasil como país de origem-, e que, desde 2017, o número de ‘sites’ invadidos ascende a 140.

Entre os ataques cibernéticos, o grupo também reivindicou a invasão de portais eletrónicos do Ministério da Saúde brasileiro, que inviabilizou a correta divulgação de dados sobre a pandemia de covid-19 no país durante algumas semanas.

Segundo o jornal O Estado de São Paulo, figuram entre as vítimas dos ataques várias prefeituras, câmaras, pequenas empresas, escritórios de advocacia e um departamento de trânsito.

Em declarações ao mesmo jornal na semana passada, o alegado pirata informático, de 19 anos e que se identifica na internet com o pseudónimo “Zambrius”, afirmou que agiu sozinho, em Portugal, munido apenas de um telemóvel porque estava sem acesso a um computador.

“Estou sem computador. Se o tivesse, acredite que o ataque teria um impacto muito maior”, disse o pirata informático, que se encontra em prisão domiciliária em Portugal, acrescentando que se dedica a explorar a vulnerabilidades dos sistemas informáticos.

No dia da eleição municipal, no último dia 15, a Polícia Federal do Brasil já havia identificado Portugal como a origem de um dos ataques ao sistema informático do TSE, ocorrido antes de 23 de outubro, e que, segundo as autoridades, não afetou as eleições municipais no domingo.

“Foi um vazamento [de informações] sem nenhuma relevância e sem qualquer importância para o processo eleitoral (…) Este ataque aparentemente teve a sua origem em Portugal e, sempre lembrando, as urnas [eletrónicas] não estão em rede [conectadas à internet], portanto, não estão vulneráveis a nenhum tipo de ataque durante o processo eleitoral”, disse no domingo da eleição o presidente do TSE, Luis Roberto Barroso.

Pouco depois das 10:00 de domingo (horário de Brasília, 13:00 em Lisboa), os sistemas informáticos do TSE voltaram a ser atacados numa outra ação, que teve origem no Brasil, Estados Unidos e Nova Zelândia.

“Houve de facto uma tentativa de ataque hoje [domingo, dia das autárquicas], com uma quantidade de acessos massivos para tentar derrubar o sistema. Este ataque foi neutralizado e não produziu nenhum tipo de impacto”, disse Barroso na ocasião.

As investigações do caso estão a ser conduzidas pelo Ministério Público Federal do Brasil e pelo próprio TSE.

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