O autoproclamado chefe de Estado interino da Venezuela, Juan Guaidó, admitiu na sexta-feira, 7 de junho, que as negociações mediadas pela Noruega com o governo de Nicolás Maduro vivem um impasse.
“[Mais conversas não estão nos planos hoje. Por que não? Porque qualquer coisa que não nos mova na direção [da renúncia de Maduro] é inútil”, explicou Guaidó num comício na cidade venezuelana de Valência.
A crise política na Venezuela entrou numa fase de impasse, novamente. O autoproclamado presidente interino da Venezuela (reconhecido por 50 países), presidente da assembleia nacional venezuelana e atual rosto da oposição a Maduro admitiu que a mediação da Noruega não está a dar frutos e que só voltará às negociação com Nicolás Maduro quando existir vontade de mudar.
“Quando houver um novo encontro em Oslo com o Grupo Internacional de Contacto, é porque estamos mais perto de pôr fim à usurpação, rumo ao governo de transição e eleições livres. Quando estivermos prontos a dar um passo nessa direção, teremos alguma coisa. Agora ainda não,” acrescentou.
As negociações para um acordo entre o governo de Maduro e a oposição, hoje encabeçada por Guaidó, foram interrompidas em 29 de maio, visto que o atual presidente Nicolás Maduro rejeitou todos os pedidos de abdicar do poder e permitir a instituição de um governo de transição, tendo em vista futuras eleições presidenciais.
A Venezuela vive atualmente uma grave crise económica, política e social, o que levou a uma saída do país sem precedentes dos venezuelanos. De acordo com a Organização das Nações Unidas, haverá mais de quatro milhões de venezuelanos refugiados desde 2015.
Para Guaidó, foi a pressão dessa vaga de migrantes venezuelanos que procuram, sobretudo, bens de primeira necessidade, a levar o regime de Maduro à reabertura da fronteira venezuelana com a Colômbia, no sábado, 8 de junho.
Sobre as negociações com entre oposição e Maduro, importa referir que a Noruega tem uma longa tradição de mediação de conflitos, tendo ajudado, inclusive, a negociar o acordo de paz na Colômbia que levou à desmobilização do grupo Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
[com agências]