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Guterres pede “resposta generosa” da comunidade internacional após ciclones em Moçambique

O secretário-geral da ONU reiterou hoje o seu apelo a uma “resposta generosa” da comunidade internacional para a reconstrução em Moçambique após a passagem dos ciclones Idai e Kenneth, que atingiram o centro e norte do país.
1 Junho 2019, 16h10

O secretário-geral das Organização das Nações Unidas (ONU) reiterou hoje o seu apelo a uma “resposta generosa” da comunidade internacional para a reconstrução em Moçambique após a passagem dos ciclones Idai e Kenneth. “Este é o momento para traduzir em gestos concretos a nossa solidariedade para com um país que sofreu uma das piores catástrofes ambientais jamais vividas em África (e que nos alerta, também, para a urgência do combate às alterações climáticas)”, disse António Guterres, em mensagem dirigida à conferência internacional de doadores para angariar apoios que começou hoje na cidade da Beira.

Guterres recordou o “sofrimento de populações que se viram privadas de bens, de habitação, de infraestruturas e dos mais elementares meios de subsistência”, expressando o seu “sincero reconhecimento a todos quantos contribuíram e contribuem para o alívio do sofrimento”. O ciclone Idai, que atingiu o centro de Moçambique em março, provocou 604 mortos e afetou cerca de 1,5 milhões de pessoas. O ciclone Kenneth, que se abateu sobre o norte do país em abril, matou 45 pessoas e afetou 250.000 pessoas.

“As Nações Unidas e os seus parceiros humanitários mobilizaram-se, desde a primeira hora, apoiando, no terreno, os esforços do Governo; contribuindo para a coordenação do apoio internacional; distribuindo alimentos, água potável e medicamentos e disponibilizando abrigo aos desalojados”, afirmou Guterres. Mais, assegurou que “o Fundo Central das Nações Unidas de Resposta a Emergências disponibilizou um total de 24 milhões de dólares (21,4 milhões de euros) para Moçambique” e que a ONU lançou um apelo humanitário de emergência de 282 milhões de dólares (cerca de 252 milhões de euros) para “reforçar a capacidade de resposta à tragédia”, cujas contribuições estão ainda “muito aquém daquele valor”.

O secretário-geral da ONU garantiu também que a organização “intensificará a sua ação destinada a fazer face aos efeitos, de curto e médio prazo, da catástrofe”, acrescentando que “o apoio humanitário de emergência dará, progressivamente, lugar a um apoio à reconstrução e aos esforços do Governo de desenvolvimento do país”.

“A minha mensagem é clara: as Nações Unidas não se esquecerão de Moçambique”, sublinhou Guterres.

Perto de 700 pessoas, entre parceiros de desenvolvimento, fundações, instituições financeiras internacionais, agências da ONU, setor privado nacional e internacional eram esperadas para a conferência de dois dias, que decorre sob o lema “Por uma Reconstrução Rápida, Resiliente e Abrangente”. O plano de reconstrução, avaliado em 3,2 mil milhões de dólares (cerca de 2,87 mil milhões de euros), engloba um conjunto de cerca de 100 projetos socioeconómicos para os locais afetados.

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