Há chumbos mais pesados do que outros

Um aluno é retido e no ano seguinte repete o ano de escolaridade. Será que consegue recuperar nas disciplinas onde obteve classificação negativa e que provocaram o desaire? Quais são as probabilidades disso acontecer? Um estudo da DGEEC dá a resposta.

O estudo da Direcção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC) divulgado, na sexta-feira como o Jornal Económico noticiou, também avaliou os estilhaços da retenção e as possibilidade de recuperação. Analisando os alunos do 3.º ciclo que transitaram de ano curricular no final de 2014/15, o estudo concluiu que entre os alunos que transitaram do 7.º para o 8.º ano 40% fê-lo com classificação negativa a, pelo menos, uma disciplina, uma percentagem que sobe para 45% entre os alunos que transitaram do 8.º para o 9.º ano ou do 9.º ano para o ensino secundário. A conclusão é de que cerca de dois em cada cinco alunos do 3.º ciclo que passam de ano escolar, fazem-no com negativas.

Estas negativas ocorrem mais frequentemente a Matemática e, em seguida, nas disciplinas de Inglês, Português e Físico-Química.

O estudo acompanha no ano seguinte os alunos que transitaram de ano com negativas para perceber quantos conseguiram recuperar, transformando as negativas em classificações positivas, concluindo que a recuperação depende da disciplina. Enquanto, por exemplo, 79% dos alunos que transitaram do 7.º para o 8.º ano com negativa a Educação Visual conseguiram recuperar essa negativa no ano letivo seguinte, apenas 16% dos alunos conseguiram uma recuperação semelhante quando se trata de uma negativa na disciplina de Matemática.

Este resultado – conclui o estudo – é muito significativo: “mostra que as negativas a Matemática, ao contrário das negativas a Educação Visual, raramente são episódios passageiros”. O mesmo acontece “quando se trata de negativas em Inglês”, as quais são recuperadas no ano seguinte por apenas 37% dos alunos que transitaram do 7.º para o 8.º ano.

“As taxas relativamente baixas de recuperações de negativas a Matemática e a Inglês estarão certamente relacionadas, entre outros fatores, com a natureza marcadamente sequencial e interdependente das suas matérias curriculares”, salienta o estudo.

 

 

 

 

 

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