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Há mais denúncias de ‘bullying’ nas escolas

No dia em que se assinala o Dia Mundial de Combate ao Bullying, polícias e dirigentes escolares apontam que a existência de mais vigilância e maior intervenção logo ao primeiro indício permite o conhecimento de mais casos.
20 Outubro 2017, 11h57

O número de ocorrências associadas ao bullying está ao aumentar, nomeadamente dentro do espaço escolar. No ano de 2015/16 foram contabilizadas 4102 ocorrências, enquanto que no ano anterior foram registados 3930 casos, noticia o Jornal de Notícias. Os números relativos a 2015/16 são da Polícia de Segurança Pública (PSP), que atualmente chega a um milhão de alunos.

No dia em que se assinala o Dia Mundial de Combate ao Bullying, polícias e dirigentes escolares apontam que a existência de mais vigilância e maior intervenção logo ao primeiro indício permite o conhecimento de mais casos.

As estatísticas demonstram um agravamento das ocorrências dentro do recinto escolar: em 2014/15 do total de ocorrências, 2799 foram no interior; no ano passado foram já 2849. Das 4102 ocorrências registadas no ano anterior, 1350 referem-se a “ofensas à integridade física”: em 2014/15, 945 foram no dentro da escola, enquanto que em 2015/16, o número de casos no interior subiu para 957.

Ao JN, Hugo Guinote, fonte oficial da PSP, explicou que “ao primeiro indício somos chamados. Uma vez lá, sensibilizamos os jovens e ajudamos a estabilizá-los emocionalmente. Ainda em relação à prática não tipificada como crime, Filipe Ramos Lima, da Associação de Diretores, disse ao mesmo jornal que “atualmente começa a haver uma forte cultura de segurança e os alunos são instigados a denunciarem as situações e fazem-no”.

O trabalho de segurança, realizado em conjunto com o Programa da Escola Segura da PSP, abrange também ações de formação. Só em 2016 realizaram-se 11091 ações, mais 2789 do que no ano anterior. O projecto particular “Educar para o Direito”, leva às escolas informação relevante sobre a legislação, numa linguagem adaptada e acessível ao público jovem.

“No fundo é explicar aos mais jovens que o que para eles é ‘andar à porrada’ corresponde a um ato equiparado a crime de ofensa à integridade física, e esclarecer sobre as consequências”, adiantou a mentora deste projecto, Paula Varandas, ao JN.  O projecto já chegou a mais de dez mil alunos de todo o país e conta com “mais de cem pedidos”, mas Paula Varandas lamenta o não financiamento do projecto: “o projecto não é financiado e as escolas nem sempre têm dinheiro para pagar as despesas de transporte”.

A PSP avançou, ainda, que do total das 4102 ocorrências, 118, mais 14 do que em 2015, referem-se a ofensas sexuais, que vão desde o sexting até ao cyberbullying (divulgação de vídeos das redes sociais). “Não são muitos (casos), mas são um desafio. Com cuidado publicitamos a nossa atuação para evitar mais casos”, sublinhou Manuel Pereira da Associação de Dirigentes Escolares.

Em 2016 registara-se 665 atos de “injúrias e ameaças”, entre o total de ocorrências. Em 2015 foram 5645. 197 atos de “roubos” foram registados em 2015/16, mas apenas 40 no interior das escolas, segundo os dados da PSP.

Entretanto, a tutela está a elaborar um Plano Nacional de Combate, que irá envolver formação de professores e passará por disponibilizar iniciativas e recursos.

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