[weglot_switcher]

“Há risco de haver um novo surto de inflação devido a retaliações da Rússia”, alerta Fórum para a Competitividade

“Há riscos de haver um novo surto de inflação, devido a retaliações da Rússia sobre os produtos energéticos. Mesmo assim, o Forum para a Competitividade estima um abrandamento da inflação, de entre 6,5% e 8% em 2022 para entre 2,5% e 4% em 2023”, refere a entidade.
21 Julho 2022, 16h27

O Fórum para a Competitividade estima um abrandamento do crescimento do PIB, de entre 4,5% a 6% em 2022 para entre 0,5% e 2,5% em 2023, em linha com a evolução internacional.

“Há riscos de haver um novo surto de inflação, devido a retaliações da Rússia sobre os produtos energéticos. Mesmo assim, o Fórum para a Competitividade estima um abrandamento da inflação, de entre 6,5% e 8% em 2022 para entre 2,5% e 4% em 2023”, refere a entidade no seu relatório “Perspetivas Empresariais” do segundo trimestre deste ano.

“O ano de 2022 começou melhor do que o esperado mas houve uma deterioração das expectativas para 2023, pelo que o Fórum para a Competitividade ajustou o intervalo da estimativa da taxa de desemprego para 2022, em baixa ligeira para entre 5 ¾% a 6 ¼%, mas manteve a de 2023,  entre 5,5% e 6%, a que corresponde agora uma menor redução face ao ano corrente”, lê-se no documento.

No primeiro trimestre, registou-se uma queda da taxa de desemprego, de 6,3% para 5,9%, acompanhando o crescimento muito favorável do PIB neste trimestre, não deflectindo os impactos da guerra, embora também não sejam de esperar impactos muito significativos desta no mercado de trabalho. Mas permanece uma procura latente de mão-de-obra em vários sectores, pelo que a perda de emprego que possa ocorrer em alguns sectores e empresas deverá ser absorvida com relativa facilidade. “Aliás, as principais instituições são unânimes a considerar que em 2022, o desemprego deverá cair face aos 6,6% de 2021; em 2023, a taxa de desemprego não deverá subir”.

O Fórum da Competitividade diz que, no plano internacional, tem-se assistido a sucessivas revisões em baixa das perspetivas de crescimento económico e em alta da inflação, que tem vindo a bater recordes sucessivos. A aceleração da subida de taxas de juro pelos bancos centrais estará a acentuar o quadro de desaceleração económica, mas o risco de recessão permanece, por enquanto, limitado.

“As taxas Euribor a seis meses passaram a valores positivos em Junho, devendo prosseguir a sua subida em linha com o aumento de taxas de juro pelo BCE, estimando os mercados que aquelas se situem acima de 1% no final do ano”, segundo a análise.

A instituição liderada por Pedro Ferraz da Costa diz ainda, a respeito do problema energético, que “no quadro da REpowerEU, Portugal deveria reativar as centrais a carvão de Sines e do Pego; recorrer à biomassa para a produção de eletricidade; aproveitar o terminal de GNL de Sines, com vista ao reforço do aprovisionamento europeu; reforçar as interligações gasistas e elétricas ibéricas com o resto da Europa; aproveitar a nossa proximidade com EUA e África, para o desenvolvimento tecnológico e técnico dos terminais de GNL; dar um novo impulso às políticas que promovam o aumento da eficiência energética”.

Recorde-se que a presidente do BCE salientou hoje que a inflação na zona euro disparou em junho para 8,6%, o que se deve em particular aos preços da energia, que vão continuar elevados, dos alimentos e às dificuldades nas cadeias de abastecimento.

Christine Lagarde alertou que estão a aumentar as pressões sobre a inflação “que vai manter-se alta durante bastante tempo”, num momento em que a economia desacelera.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.