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Há tanto Brasil para lá do óbvio

Escreveu Drummond de Antrade que tinha “apenas duas mãos e o sentimento do mundo”. Em ano de bicentenário da independência, o Brasil permanece um país que nos suscita uma vastidão de sentimentos, anseios e sonhos. Tão vastos quanto a sua imensidão. Pretexto para descobrir paisagens mil e relaxar em recantos que ainda não estão no radar das multidões.
13 Agosto 2022, 19h00

Brasil é independente há 200 anos, mas é muito mais americano do que português. A cultura de Hollywood seduz muito mais do que o cinema ou a música made in Portugal. A língua, contudo, foi sempre motivo de enamoramento (e não só). E a literatura sempre exerceu um profundo magnetismo. Dos dois lados do Atlântico, versos e paisagens entrelaçaram-se para criar melodias que habitam o imaginário de ambos, portugueses e brasileiros. E se Saramago e Pessoa são apenas dois dos nomes venerados da literatura portuguesa no Brasil, por cá não faltarão indefetíveis de Jorge Amado e Carlos Drummond de Andrade, para mantermos o doce equilíbrio do “dueto”.

Antes de prosseguirmos esta flânerie terra adentro, pois é isso que nos traz a terras do Brasil, talvez importe recordar a riqueza humana deste imenso país, feita da mestiçagem entre povos indígenas, africanos e europeus. Percorrer este vastíssimo território é descobrir muitas realidades e culturas paralelas, mas também constatar que há uma unidade fundamental sob a diversidade, os regionalismos, os bairrismos – uma cultura comum cujo eixo é a língua portuguesa, em solitário confronto com o vasto meio circundante de fala hispânica.

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