[weglot_switcher]

Harry e Meghan. Os convidados incómodos da grande festa da rainha de Inglaterra

O Jubileu de Platina de Isabel II começa a celebrar-se em fevereiro. A grande questão é saber se os duques de Sussex, Harry e Meghan, e o príncipe André irão estar presentes. O neto da rainha e a sua mulher, assim como o filho da monarca, considerado o seu preferido, estão envolvidos em polémicas que os tornam personae non gratae aos olhos dos súbditos britânicos.
24 Janeiro 2022, 22h30

O príncipe Harry e a mulher, Meghan Markle, poderão perder o direito a  participar do jubileu de platina da Rainha Isabel II de Inglaterra.  De acordo com o jornal “Daily Mail”, o livro de memórias que Harry está a escrever é considerado “desrespeitoso”, ainda mais por ir ser lançado em 2022, o mesmo da celebração.

A família real está focada em celebrar o ano em que a Rainha comemora 70 anos no trono, mas as revelações que a incómoda “obra” que Harry vai lançar estão a ofuscar o momento. Segundo a revista “Variety”, o livro vai incluir relatos do filho mais novo de Diana de Gales sobre “experiências vividas, aventuras, perdas e lições de vida que o moldaram.”

A questão da segurança pessoal paga pelos contribuintes

O príncipe Harry estará a pensar fazer um pedido de revisão judicial relativamente a uma decisão do governo britânico, mas não contará com o apoio de Isabel II. Segundo o jornal “The Sun”, o filho mais novo do príncipe Carlos quer que o Ministério do Interior reveja a decisão de não permitir que ele pague pessoalmente por proteção policial para si e para a família enquanto estiverem no Reino Unido.

Segundo um representante do príncipe, Harry quer levar os filhos e a mulher a visitarem o Reino Unido, mas o facto de não terem segurança policial faz com que isso seja “demasiado perigoso.”

“Quando nasceu, o príncipe Harry herdou um risco de segurança que durará toda a vida. Continua a ser o sexto na linha de sucessão ao trono, serviu duas vezes no Afeganistão e, nos últimos anos, a sua família foi submetida a ameaças neonazis e extremistas. Embora o seu papel dentro da instituição tenha ado, o seu perfil como membro da família real não mudou. Nem a ameaça que existe contra ele e contra a sua família”, lê-se no comunicado emitido por representantes de Harry.

A nota refere ainda que o casal deixou de ter proteção em 2020, quando abandonaram o estatuto de membros seniores da família real e se mudaram para os EUA. Nesse país, pagam pessoalmente por segurança. “O duque e a duquesa de Sussex financiam pessoalmente uma equipa de segurança privada para a família, mas essa segurança não pode replicar a proteção policial necessária enquanto estiverem no Reino Unido”, diz o comunicado.

A nota continua, dizendo que o pedido dos duques de Sussex para pagarem pela proteção da polícia no Reino Unido foi negado. “O duque ofereceu-se para pagar pessoalmente por proteção policial no Reino Unido em janeiro de 2020 em Sandringham. Essa oferta foi rejeitada. Ele continua disposto a cobrir os custos da segurança, para não os impor aos contribuintes britânicos”.

De seguida, o representante alega que Harry e a família têm um tratamento diferente no que toca a esta questão: “Como é amplamente conhecido, outras pessoas que deixaram cargos públicos e têm um risco inerente de ameaça recebem proteção policial sem arcarem com nenhum custo. O objetivo do príncipe Harry é simples – garantir a segurança pessoal e da família enquanto estiver no Reino Unido. de modo a que os seus filhos possam conhecer o seu país de origem”.

Popularidade em baixa

Grande parte da população britânica deixou de gostar do casal que se afastou da realeza. Segundo uma sondagem, realizada pela empresa britânica YouGov, que questionou 1.667 adultos do Reino Unido, Meghan e Harry deixaram de ser apreciados pelos britânicos.

Cerca de 65% dos inquiridos disse que não gosta da atriz, enquanto 26% continua a apoiar a duquesa de Sussex. Já Harry também caiu em desgraça, visto que 59% já não concorda com as atitudes do príncipe, face aos 34% que continua a defender o benjamim de Carlos de Gales.

O filho boémio

Outra presença que se especula se irá fazer parte da celebração do jubileu da rainha é a do seu filho André, que enfrenta um processo civil nos Estados Unidos por agressão sexual e renunciou aos seus cargos honorários à frente de regimentos militares e associações de caridade, segundo informou o Palácio de Buckingham no dia 13 de janeiro.

“O duque de York continuará sem desempenhar nenhuma função pública e se defenderá neste caso na qualidade de cidadão privado”, informou o palácio em comunicado.

Um juiz de Nova Iorque recusou um recurso apresentado pelos advogados do príncipe para que indeferisse a denúncia de agressões sexuais apresentada contra o seu cliente por Virginia Guiffre, uma americana que o acusa de ter abusado sexualmente dela em 2001, quando tinha 17 anos.

Guiffre é uma das vítimas de crimes sexuais do americano Jeffrey Epstein, declarado culpado de pedofilia por um tribunal da Flórida e que se suicidou na prisão em Nova Iorque em agosto de 2019.

A amizade de André, de 61 anos, com Jeffrey Epstein provocou um grande escândalo, que o obrigou a retirar-se da vida pública.

O caso de André, considerado o filho preferido de Isabel II, é um dos muitos escândalos que mancham a imagem da monarquia britânica, com os quais a soberana, de 95 anos, tem tido que lidar.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.