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Herdade da Comporta a caminho do consórcio Amorim/Vanguard

O consórcio de Paula Amorim parece ter o caminho aberto para vencer o novo concurso. Uma vez que tem uma equipa de assessores a fazer a due diligence, que é composta pela Cushman Wakefield (Imobiliário) e pelas consultoras KPMG e EY. Em termos jurídicos está a ser assessorado pelos advogados André Luiz Gomes, José Franqueira Dias e pelo advogado Francisco Cortez, da sociedade Morais Leitão.
13 Setembro 2018, 07h20

And then there was… one. O único consórcio que vai apresentar uma proposta vinculativa com prova de fundos e um projeto ambiental e de sustentabilidade para os ativos da Herdade da Comporta no próximo dia 20 é o consórcio composto pela Amorim Luxury (de Paula Amorim); pela Vanguard Properties de Claude Berda e a Port Noir.

O consórcio de Paula Amorim parece ter o caminho aberto para vencer o novo concurso. Uma vez que tem uma equipa de assessores a fazer a due diligence, e que é composta pela Cushman Wakefield (Imobiliário) e as consultoras KPMG e EY. Em termos jurídicos está a ser assessorado pelos advogados André Luiz Gomes, José Franqueira Dias e pelo advogado Francisco Cortez, da sociedade Morais Leitão.

Paralelamente, o Projeto da Amorim Luxury e Vanguard Properties para a Comporta, está a preparar um projeto ambiental e de sustentabilidade para a Comporta. José Cardoso Botelho, responsável pelo Vanguard Properties anunciou no Linkedin que o projeto do seu consórcio “trará inúmeras inovações neste e noutros domínios [ambiental e de sustentabilidade], suportadas pela melhor ciência e práticas”.

Dois consórcios enviam comunicados no mesmo dia

No mesmo dia os dois consórcios que se tinham apresentado a concurso no processo anterior enviaram comunicados a explicar as “impossibilidades” de concorrer neste novo concurso que está a ser conduzido pela Deloitte.

O consórcio que juntava os empresários britânicos Mark Holyoake e Anton Bilton e o grupo português Portugália (Oakvest/Portugália/Sabina Estates) disse esta quarta-feira em comunicado que “não está disponível para entrar num Novo Processo, do qual não conhece o caderno de encargos e que não oferece o mínimo de garantia de que nele não venha a suceder um mesmo desfecho do Concurso anterior com acrescidos e significativos custos para este Consórcio”. Mas diz mais. Diz que “o consórcio vencedor do Concurso organizado pela Gesfimo SGFII SA para a venda dos ativos do FEIIF-HdC, composto pelas empresas Oakvest/Portugália/Sabina Estates, informou a Gesfimo que não abdica dos seus direitos legais, postos em causa pelos factos ocorridos na AG de 27 de julho”.

“Acresce que até à presente data, as regras do dito novo Concurso de venda dos ativos do FEIIF-HdC, não foram comunicadas a este Consórcio, apesar dos esclarecimentos pedidos junto da Sociedade Gestora”, diz o comunicado.

Recorde-se que os membros deste consórcio não assinaram o compromisso de renuncia à contestação, reclamação ou impugnação do processo de alienação dos ativos da Herdade da Comporta – Fundo Especial de Investimento Fechado, tecnicamente designado de waiver. 

No mesmo dia o Consórcio Victor de Broglie e Global Asset Capital Europe veio dizer que ainda não teve acesso ao “data room” da Comporta e que “uma vez que, neste momento, restam apenas 8 dias úteis antes do prazo de entrega das propostas e sem acesso aos dados fundamentais do negócio a realizar, considera-se este Consórcio objetivamente impossibilitado de proceder ao exigível processo de due dilligence (legal e fiscal), nas condições mínimas de transparência, legalidade e profissionalismo típicas de uma operação desta natureza e envergadura”, refere o comunicado.

O consórcio que tinha Louis-Albert de Broglie como cabeça de cartaz e era ainda composto pela Global Asset Capital Europe e pelo grupo Bonmont assinou o waiver e o acordo de confidencialidade no passado dia 22 de agosto. Mas, ao contrário do grupo Amorim/Vanguard até ao momento não tem acesso ao data room. Isto porquê? Porque a Deloitte pediu mais documentos com informação mais detalhada dos membros do consórcio e essa não foi enviada. Mas sobretudo porque o grupo Bonmont saiu do processo.

O príncipe francês só volta à corrida se o atual processo vier a ser travado por alguma impugnação. Hipótese que parece não estar descartada pelo consórcio da Oakvest.

No próximo dia 20 haverá a entrega das propostas em envelope fechado e na presença de um notário. O valor da proposta tem de contemplar um investimento a longo prazo numa zona de elevada extensão.

Recorde-se que o que está à venda na Herdade da Comporta são os ativos do Fundo Especial de Investimento Imobiliário Fechado (FEIIF), criado em 2013, que eram detidos pelo Grupo Espírito Santo (GES). O Fundo, gerido pela Gesfimo — Espírito Santo Irmãos, Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, é detido na maioria pela Rioforte (59%), sociedade do antigo GES, tendo o Novo Banco uma participação de cerca de 15%.

O Fundo foi criado há cerca de cinco anos, com o objetivo de arrancar com dois projetos turísticos — Comporta Links e Comporta Dunes. São estes os ativos imobiliários que estão à venda.

O Comporta Links inclui uma área com 365 hectares, no concelho de Alcácer do Sal, onde iriam ser construídos dois hotéis, dois aparthotéis, lotes para moradias, várias unidades de aldeamento turístico e um campo de golfe com 18 buracos.

Por sua vez, o Comporta Dunes, em Grândola, visava incluir, numa área de 551 hectares de pinhal e perto da praia: quatro hotéis (um em fase de construção – o Hotel Aman, que parou com a falência do GES), um aparthotel, vários lotes para moradias, unidades turísticas e um campo de golfe (de 18 buracos) com 100 hectares desenhado por David McLay Kidd, um dos mais conceituados arquitetos do mundo (já em fase de construção).

Por último, o “pacote” inclui ainda alguns “lotes de terrenos não edificáveis, rurais e de floresta”, inseridos no Comporta Dunes, numa área de 460 hectares, somados a uma participação de 50% no capital social e direitos de voto da sociedade DCR&HDC Developments — Atividades Imobiliárias, sociedade detida pelo fundo da Comporta que desenvolve atividade imobiliária.

(Atualizada)

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