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Herdade da Comporta: Oakvest aguarda ata da Assembleia de Participantes para decidir impugnação da venda

Consórcio liderado pela Oakvest ainda poderá ter uma palavra a dizer sobre a venda dos ativos do Fundo da Herdade da Comporta. A Oakvest ainda tentou a suspensão da Assembleia durante três semanas, mas o ponto foi chumbado pela Rioforte e o Novo Banco.
27 Novembro 2018, 19h09

O consórcio da Oakvest vai analisar a ata da Assembleia de Participantes do Fundo da Herdade da Comporta (Fundo), que se realizou esta terça-feira, para decidir se vai impugnar a deliberação da Assembleia de 27 de julho, na qual rejeitou a proposta apresentada por este consórcio, avaliada em 164 milhões de euros (156 milhões pelos ativos e oito milhões em suprimentos), para a aquisição dos ativos do Fundo.

“Logo que obtivermos a ata, iremos reunir e analisar a situação”, disse Rogério Alves, advogado do consórcio composto pela Oakvest, Portugália e Sabina Estates, ao Jornal Económico.

Os pontos em agenda da Assembleia foram alterados em plena reunião. Inicialmente, estavam previstas as votações sobre a alienação dos ativos do Fundo ao consórcio Vanguard/Amorim e votação sobre a liquidação antecipada do Fundo. Este último ponto – e a consequente votação – foram retiradas pelo Novo Banco. No entanto, Rogério Alves admitiu ao Jornal Económico que propôs a votação da suspensão da Assembleia, durante três semanas, que ocorreu antes da votação da alienação dos ativos, mas foi chumbada.

O advogado explicou a razão da inclusão deste novo ponto à agenda da Assembleia. “Na óptica do consórcio que represento, verifica-se que a proposta de compra apresentada há quatro meses é claramente superior à proposta do consórcio vencedor”, disse.

“Sendo assim, e beneficiando a posição da Caixa Geral de Depósitos, seria razoável conceder um prazo de três semanas”, revelou Rogério Alves. Com isto, o consórcio que representa pretendia “figurar no contrato de compra e venda enquanto comprador” e “criar um espaço de reponderação da análise de uma proposta [a da Oakvest, chumbada em julho] mais vantajosa em oito milhões de euros”, frisou.

Em relação às votações, o Jornal Económico apurou junto de fontes próximas do processo, que a deliberação sobre a suspensão da Assembleia foi chumbada, com os votos contra os acionistas maioritários, a Rioforte (59%) e o Novo Banco (15,5%). Abstiveram-se a Caixa Económica Montepio Geral (CMEG) e a Herdade da Comporta (diferente do Fundo). Todos os outros acionistas votaram a favor.

No que diz respeito à deliberação sobre a alienação dos ativos do Fundo ao consórcio Vanguard/Amorim, segundo as mesmas fontes, o sentido da votação inverteu-se. Votaram a favor a Rioforte e o Novo Banco, a Herdade da Comporta e a CMEG abstiveram-se, tendo os restantes titulares das unidades de participação votado contra.

A Assembleia de Participantes, convocada pela Gesfimo, sociedade gestora do Fundo, aprovou a alienação dos ativos do Fundo – denominados Comporta Links e Comporta Dunes – ao consórcio composto pela Vanguard Properties, do suíço Claude Berda, e pela Amorim Luxury, de Paula Amorim, por 158,2 milhões de euros.

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