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Herdade da Torre Bela descarta responsabilidades na montaria que resultou na morte de 540 animais

A Herdade lamenta e repudia a situação, mas descarta quaisquer responsabilidades, afirmando que não teve qualquer responsabilidade direta ou indireta no evento e garantindo que este acontecimento não está relacionado com quaisquer outras atividades planeadas para o terreno, como foi sugerido por vários órgãos e partidos políticos.
24 Dezembro 2020, 11h35

A Herdade da Torre Bela esquiva-se a qualquer responsabilidade pela montaria que no passado dia 17 de dezembro resultou no abate de 540 animais selvagens naquele local, argumentando que não teve qualquer participação direta ou indireta no mesmo e que foram ultrapassados os limites acordados para a atividade de caça.

Em comunicado, a Herdade lamenta “a forma errada, ilegítima e abusiva” como se conduziu a referida montaria, da qual teve conhecimento apenas pela comunicação social. A publicação salienta ainda que a propriedade e os seus representantes têm colaborado desde o primeiro momento com as autoridades, de forma a apurar responsabilidades e, caso se adeque, “ser ressarcida de todos os prejuízos” causados por este acontecimento.

A propriedade refere que desde 2001 tem desenvolvido uma atividade cinegética que, no seu entendimento, contribui para “a manutenção da biodiversidade e sustentabilidade ambiental”, sublinhando que nunca se deparou com qualquer tipo de problemas ou situações desta natureza.

A Herdade aproveita ainda para esclarecer que este acontecimento nada tem a ver com qualquer outra atividade desenvolvida pela mesma ou pelos seus proprietários, como foi veiculado em alguns órgãos de comunicação social. Recorde-se que chegaram a ser levantadas suspeitas de que esta matança estivesse relacionada com um projeto de instalação de uma megacentral fotovoltaica no terreno em questão.

Na terça-feira, depois deste ato ser conhecido e ter levantado várias reações de repúdio e revolta na sociedade civil e junto dos vários partidos políticos, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, admitiu uma revisão da Lei da Caça, que não obriga a uma comunicação ao Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) deste tipo de atividades.

O ICNF procedeu no mesmo dia à suspensão da licença de caça na Herdade, à qual juntou uma participação no Ministério Público pelo crime contra a preservação da fauna. Também o estudo de impacte ambiental para a instalação dos painéis fotovoltaicos no terreno acabou por ser suspenso por ordem de Matos Fernandes após consulta da Agência Portuguesa do Ambiente.

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