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Hidrogénio verde. Investimento de mil milhões em Sines vai ser hoje assinado (com áudio)

Consórcio luso-holandês-dinamarquês tem o objetivo de produzir hidrogénio verde para ser usado pela “indústria local, transportado pelo gasoduto de hidrogénio de Sines atualmente a ser desenvolvido pela REN, integrado na rede de gás natural já existente ou processado para a criação de amónia verde para exportação a partir do terminal do porto de Sines”.
  • Nasa – Unsplash
22 Abril 2022, 08h00

Vai ser hoje assinado em Sines um acordo de parceria com o objetivo de construir unidades industriais de produção de hidrogénio e amónia verdes nesta cidade do sul do distrito de Setúbal.

Este investimento de mil milhões de euros visa a construção de uma unidade industrial – MadoquaPower2X – com uma potência de 500 megawatts (MW) para produzir anualmente  50 toneladas de hidrogénio verde e outras 50 toneladas de amónia verde.

O acordo vai ser assinado entre a empresa portuguesa de gestão de projetos Madoqua Renewable, a empresa holandesa Power2X e a gestora de fundos dinamarquesa Copenhagen Infrastructure Partners (CIP), segundo comunicado da Madoqua.

Segundo a empresa, o “MadoquaPower2X irá usar energia renovável e unidades AWE (eletrólise de água alcalina) com uma potência de 500 MW para produzir todos os anos 50 mil toneladas de hidrogénio verde e 500 mil toneladas de amónia verde, e inclui a possibilidade de aquisição de hidrogénio produzido por terceiros”.

O projeto vai ficar localizado na Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS), e irá criar, durante a primeira fase, “cerca de 200 postos de trabalho – e mais de mil empregos diretos e indiretos ao longo da vida do projeto”.

O objetivo é “reduzir emissões de CO2 até 600.000 toneladas por ano, das quais 400.000 toneladas através da produção de hidrogénio verde”.

O promotor destaca que o projeto “está neste momento em fase de desenvolvimento e espera-se que esteja totalmente licenciado e pronto para a decisão final de investimento até ao final de 2023, com a construção a ser iniciada logo a seguir e a primeira produção em meados desta década”.

O hidrogénio produzido pelo MadoquaPower2X vai ser “usado pela indústria local, transportado pelo gasoduto de hidrogénio de Sines atualmente a ser desenvolvido pela REN, integrado na rede de gás natural já existente ou processado para a criação de amónia verde para exportação a partir do terminal do porto de Sines”.

Para alimentar esta produção, a “eletricidade para o MadoquaPower2X será obtida a partir de projetos de geração renovável em Portugal, em particular através de comunidades de energia renovável com parques eólicos e solares que serão desenvolvidas em paralelo. Esta abordagem irá assegurar a disponibilidade de energia renovável dedicada através de toda a vida útil do projeto”.

“Estamos orgulhosos por trazer este projeto para Portugal e colaborar com diferentes parceiros na cadeia de valor do hidrogénio e derivados. Portugal está estruturalmente bem posicionado para desempenhar um papel de liderança no espaço emergente de transição energética na Europa. Este projeto, juntamente com o desenvolvimento dedicado de geração de energia renovável, irá contribuir de forma significativa para a Estratégia Nacional para o Hidrogénio (EN-H2)”, afirmou Rogaciano Rebelo, presidente da empresa portuguesa Madoqua.

“Este muito relevante investimento na capacidade de produção de hidrogénio e amónia verde na ZILS [zona industrial de Sines] irá acelerar a transformação industrial portuguesa e aumentar as exportações. A transição energética, a descarbonização e a economia circular são fundamentais para o crescimento futuro e a competitividade global da economia portuguesa”, disse em comunicado Filipe Costa, presidente da AICEP Global Parques, entidade gestora da ZILS.

O acordo vai ser assinado na presença do primeiro-ministro António Costa, do ministro do Ambiente Duarte Cordeiro, do secretário de Estado da Energia João Galamba e do secretário de Estado da Internacionalização Bernardo Ivo Cruz.

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