Depois do arranque em Lisboa, hoje, terça-feira, dia 17 de janeiro, a greve de 24 horas, a todo o serviço, com incidência distrital tem o seu segundo dia no distrito de Aveiro. A partir das 10H30, os docentes em greve juntar-se-ão na Praça Melo Freitas no centro da cidade.
“A greve em cada distrito é uma oportunidade imperdível para os professores e educadores – amanhã os do distrito de Aveiro – protestarem e mostrarem a determinação quanto às justas exigências que fazem, não só relativamente à revisão das regras de concursos e colocações, mas também a outras matérias que carecem de respostas urgentes, mas que continuam a ser desprezadas pelo governo”, explica o maior sindicato do sector, FENPROF, em comunicado.
O conjunto de 18 greves por distrito do continente foi convocado por um conjunto de oito organizações sindicais – ASPL, FENPROF, PRÓ-ORDEM, SEPLEU, SINAPE, SINDEP, SIPE e SPLIU – que vêm convergindo no desenvolvimento de diferentes ações de luta.
No primeiro dia, os professores em greve concentraram-se na Praça D. Pedro IV, em Lisboa, com mais de 150 escolas fechadas devido à greve dos professores e muitas outras escolas sem aulas em todo o distrito, segundo a FENPROF. Estas escolas “estão fechadas exclusivamente devido à greve dos professores e há muitas outras escolas sem aulas e a funcionar com uma pequena percentagem de docentes ao serviço” porque, segundo denúncias recebidas na FENPROF, a Inspeção-Geral da Educação e Ciência estaria a visitar várias escolas do país, com instruções do Ministério da Educação para que as estas se mantenham abertas mesmo se só estiver um professor ao serviço.
“Ainda assim, os dados recolhidos até às 13 horas permitem afirmar que a adesão ultrapassou os 90%”, afirma a FENPROF em comunicado enviado às redações.
O secretário-geral da FENPROF comentou, ainda, as mais recentes notícias sobre as intenções do Ministério da Educação e do Governo para as próximas reuniões negociais, designadamente a intenção de vincular os docentes ao fim de três contratos. Mário Nogueira disse estranhar o anúncio, uma vez que “esta é já a norma em vigor – a vinculação ao fim de três contratos anuais, sucessivos e com horário completo -, o que não impede que haja professores contratados com 10 ou mais anos de serviço, sem um vínculo laboral estável”.
Mário Nogueira considera que este poderá ser um sinal de preocupação e que, por isso, é fundamental que os professores se mobilizem para a concentração do próximo dia 20 de janeiro à porta das reuniões negociais que estarão a decorrer no Ministério da Educação. Para esse efeito, os sindicatos pertencentes à FENPROF irão convocar um plenário sindical nacional, de modo a permitir que professores de todo o país possam aderir ao protesto e reforçar, no exterior, a posição dos sindicatos junto do ME.