Até aqui, esse contributo limitava-se a uma assistência passiva no desempenho de tarefas. Hoje, é muito mais do que isso, agindo ao lado ou mesmo em nome dos humanos.

Esta mudança de papel surge como consequência da evolução registada em tecnologias disruptivas como a Inteligência Artificial (IA), Realidade Aumentada (RA), Realidade Virtual (VR) ou a Blockchain. Ao assumirem-se mais como agentes, estas tecnologias esbatem de forma acelerada a fronteira entre homem e máquina, obrigando-nos a realinhar muitos dos nossos conceitos.

À medida que tecnologia vai entrando em domínios até agora exclusivos dos seres humanos, são de esperar reacções menos positivas, nascidas de medos profundamente enraízados.

Este é um desafio a que as empresas terão de responder com uma abordagem “comportamental”, apoiada na psicologia. Só desta forma poderão ser capazes de desenhar produtos, serviços, interfaces, mensagens, que levem em conta os preconceitos humanos em relação às novas tecnologias e desse modo os possam vencer.

Da Economia Comportamental retemos alguns insights que ajudam a compreender melhor os riscos inerentes à nova realidade: Os seres humanos têm uma predisposição para recear as novas tecnologias, não só pelo medo da perda de postos de trabalho mas também pelo receio de uma inteligência artificial autónoma e auto-consciente. Os seres humanos necessitam de sentir que têm o controle, mesmo que isso seja ilusório. Este aspeto será cada vez mais importante à medida que a tecnologia começa a agir em nosso nome. Os seres humanos tem uma tendência para “Antropomorfisar” os objetos. Ao assumirem uma “face humana”, os robots e os assistentes de inteligência artificial podem facilitar o relacionamento humano/máquina, mas isso pode prejudicar o relacionamento entre humanos.

Lideres e organizações têm de estar conscientes deste desafio quando desenham produtos, serviços e experiências. A resposta passa pela junção da Psicologia e da Economia comportamental, aplicadas à experiência do consumidor, resultando num conceito de design adaptado à era do Humano Aumentado. O Design Comportamental (Behavioural Design).