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Hungria é o país anti-refugiados. Será o único?

Numa União Europeia que parecia querer acolher mais migrantes, a estratégia de rejeição de Víktor Orbán está a ganhar apoios. Os húngaros vão às urnas no domingo.
  • Alkis Konstantinidis/Reuters
30 Setembro 2016, 15h35

A entrada ilegal de qualquer cidadão na Hungria é com punível até cinco anos de prisão, de acordo com uma nova lei no país. Esta estratégia de blindagem de Víktor Orbán, que ano passado era alvo de críticas (e continua a ser por parte das Nações Unidas), está agora a ganhar adeptos.

A tendência é apontada pelo diário “El País” que falou com o especialista András Biró-Nagy, estudioso do papel da Hungria na União Europeia. “Polónia, Eslováquia, República Checa ou Roménia, os países do chamado Grupo de Visegrado, apoiam de olhos fechados a Hungria em relação à sua política migratória”.

O diário espanhol refere ainda que a chanceler Angela Merkel, uma das maiores defensoras do acolhimento de migrantes, reconheceu que o encerramento da rota dos Balcãs continha um fluxo de chegadas para o qual a Alemanha não se tinha convenientemente preparado.

Desde o ano passado que o primeiro ministro húngaro se afirma contra as propostas de quotas para receção a migrantes apresentadas por Bruxelas, o que levou a que milhares de pessoas fossem encaminhadas em autocarros para a fronteira com a Áustria ou procurassem uma saída pela Croácia.

Víktor Orbán defende que mais refugiados significam mais terrorismo na Europa e que, “enquanto o governo respirar”, não ficará “nem com um migrante”. De forma a reforçar a sua posição, o governo estipulou um referendo, este domingo, para o qual espera mobilizar 50% da população.

“Quer que a União Europeia tenha o direito de determinar uma quota obrigatória de cidadãos não húngaros na Hungria sem o consentimento do Parlamento?” É esta a pergunta à qual os nativos do país da Europa Central vão ter de responder. O governo espera levar 50% da população às urnas, mas ainda não se sabe o que o líder húngaro pretende fazer caso a maior parte dos votos seja “não”.

 

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