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Iberdrola investe 1,84 milhões para colocar Tresminas na lista da UNESCO

A Iberdrola está a desenvolver em Portugal o Sistema Eletroprodutor do Tâmega, que contempla a construção de três barragens: Alto Tâmega, Daivões e Gouvães. mineiras.
29 Abril 2018, 18h00

A fim de promover a valorização histórica, patrimonial e arqueológica da região, a Iberdrola prevê investir 1,84 milhões de euros, até 2023, no Complexo Mineiro de Ouro Romano de Tresminas – um projeto que integra as ações de compensação levadas a cabo pela elétrica, no âmbito da construção do Sistema Eletroprodutor do Tâmega.

Esta iniciativa, é levada a cabo em parceria com a Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar e a Direção Regional de Cultura do Norte.

Este investimento, de acordo com o que está estabelecido na DIA (Declaração de Impacto Ambiental), tem como objetivo a valorização e divulgação da antiga área mineira de Tresminas e que contempla diferentes áreas essenciais como: segurança, investigação científica, conservação, gestão e ordenamento do território e ainda promoção turística.

Neste sentido, o investimento dA Iberdrola permite a concretização de um conjunto de ações de beneficiação do Complexo Mineiro de Tresminas que irão possibilitar a criação de um instrumento específico – Parque Arqueológico – que salvaguarda os vestígios materiais associados à exploração mineira romana e a paisagem envolvente.

A empresa terá investido, entre 2016 e o final de 2018, cerca de 850 mil euros que, ao longo do corrente ano, se traduzem em ações entre as quais se incluem: o financiamento da equipa técnica; a continuação dos estudos histórico, geológico e de fauna e flora de Tresminas; a aquisição de equipamento para visitas às cortas e galerias mineiras, a sua limpeza, e/ou desobstrução; a construção do edifício de apoio e estruturas e equipamentos de apoio à circulação nas cortas e galerias mineiras.

Candidatura a Património Mundial da Unesco

O Complexo Mineiro Romano de Tresminas constituiu, em época romana, uma das maiores explorações auríferas em jazida primária do “conventus bracaraugustanus” e um dos mais significativos à escala do Noroeste Peninsular.

Assim, entre os séculos I e III d.C. estima-se que de Tresminas tenham sido aproveitadas sensivelmente 25 toneladas de ouro puro, o que implicou a remoção de milhões de toneladas de rocha, mediante a escavação de cortas a céu aberto.

Neste sentido, Tresminas corresponde a um dos pilares estratégicos em termos de turismo cultural do Município de Vila Pouca de Aguiar, pelo que a valorização e divulgação deste conjunto arqueológico e elementos patrimoniais a ele afetos são fundamentais para o desenvolvimento do município.

Precisamente, os esforços concertados a nível local e regional para a valorização patrimonial e turística de Tresminas têm conhecido, nos últimos meses, resultados positivos mensuráveis, traduzidos pelo incremento exponencial de visitantes a este território.

Para além disso, estes resultados têm sido ainda alavancados pela atividade em parceria transfronteiriça com Las Médulas, desde 1997 Património Mundial da UNESCO e uma das mais importantes e reconhecidas minas romanas na região de El Bierzo, Espanha, numa candidatura conjunta, mediante a implementação de um projeto cultural comum, que tem como objetivo a valorização do legado mineiro romano na Península Ibérica. Celebrado em 2017, este protocolo de cooperação entre o Município de Vila Pouca de Aguiar e a Fundación Las Médulas, apoiado pelas entidades tutelares respetivas – Direção Regional de Cultura do Norte e Direção Geral de Património Cultural da Junta de Castela e Leão, tem como objetivo complementar o reforço da candidatura deste local português a património mundial da UNESCO.

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