Há em Portugal mais de 44 500 idosos a viver sozinhos, isolados ou em situação de vulnerabilidade e Vila Real é o distrito com o maior número de idosos sinalizados. O número consta dos Censos de 2021. O Centro Académico Clínico de Trás-os-Montes e Alto Douro (CACTMAD) tem em mãos um projeto de desenvolvimento que usa sistemas de telemonitorização e pode ajudar a  melhorar a qualidade de vida e a saúde destes idosos. 

No âmbito do projeto vai ser implementado um programa de envelhecimento ativo em Vila Real com recurso ao assistente virtual (Robot BEAM®) e à utilização de sistemas de telemonitorização que vão permitir que os idosos possam continuar a viver em casa e integrados na sua comunidade, com segurança e independência (ageing in place), reduzindo o risco de solidão. 

A cada semana, serão realizadas sessões de exercício físico, de educação para a saúde e de monitorização de sinais vitais, como pressão arterial, frequência cardíaca e glicemia capilar.

“Ao utilizar a robótica social, este programa vai estimular o desenvolvimento cognitivo e de capacidades interativas, permitindo que as pessoas idosas vivam mais, mantenham as suas interações sociais e familiares e acedam a cuidados de saúde que vencem as distâncias geográficas”, explica o CACTMAD.

O projeto vai ser executado pelo grupo de Cuidados Continuados e Paliativos do CACTMAD, reunindo profissionais do ACeS Douro I – Marão e Douro Norte, do CHTMAD e da UTAD (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro). Em comunicado, o presidente do conselho de administração da instituição, Ivo Oliveira, salienta o envolvimento dos profissionais neste projeto, num tema tão importante para a região de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Os responsáveis esperam que os resultados atestem “uma melhoria significativa na qualidade de vida, no índice de atividade e de aptidão física dos idosos e em algumas características antropométricas, como peso, índice de massa corporal e pressão arterial, por exemplo”.

A candidatura do Active Ageing 4Health, assim se designa o projeto, à bolsa para financiamento de projetos de investigação clínica e inovação biomédica nos cuidados de saúde primários e hospitalares na área do envelhecimento, da Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica (AICIB), foi aprovada esta semana. 

“A aprovação deste projeto deve-se ao trabalho levado a cabo no CACTMAD, que tem na sua matriz a automação e a telemetria em Medicina como prioridades numa região com elevados índices de envelhecimento e uma taxa de renovação populacional negativa”, explica o reitor da UTAD, Emídio Gomes.

O projeto será desenvolvido até 2025.