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IGCP colocou 1.500 milhões a seis e 12 meses, com juros positivos no prazo mais longo

“Portugal veio ao mercado com duas emissões de dívida de curto prazo, colocou em bilhetes do tesouro a 6 meses 625 milhões de euros e a 12 meses 875 milhões de euros. Face ao último leilão comparável assistimos a uma subida nas taxas”, segundo o Banco Carregosa.
18 Maio 2022, 10h43

O IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – divulgou o resultado dos leilões de Bilhetes de Tesouro (BT) realizados no dia de hoje, 18 de maio de 2022. Em ambos os leilões os juros foram mais altos, sendo que no prazo mais longo foram positivos quando nas últimas emissões tinham sido negativos os juros.

Portugal emitiu esta quarta-feira 875 milhões de euros a um ano a taxas positivas ao contrário do que aconteceu nos últimos anos.

Portugal fez duas emissões, uma a seis meses de 625 milhões de euros a -0,179% e outra a 12 meses de 875 milhões a 0,236%.

Em comunicado o IGCP diz que “pelas 10h30 o IGCP realizou dois leilões, um da linha de BT com maturidade em novembro de 2022 (BT 18NOV2022), colocando 625 milhões (fase competitiva) e outro da linha de BT com maturidade em maio de 2023 (BT 19MAI2023), colocando 875 milhões (fase competitiva)”.

A procura para a emissão a seis meses que vence em novembro de 2022 superou 2,32 vezes a oferta, já na emissão a 12 meses que vence em maio de 2023 a procura superou 1,65 vezes a oferta.

O analista do Banco Carregosa, Filipe Silva, explica que “Portugal veio ao mercado com duas emissões de dívida de curto prazo, colocou em bilhetes do tesouro a 6 meses 625 milhões de euros e a 12 meses 875 milhões de euros. Face ao último leilão comparável assistimos a uma subida nas taxas”.

“Em março Portugal tinha emitido dívida para o prazo de 6 meses com uma taxa de -0,58% e agora obteve uma taxa de -o,179%% e para os 12 meses tinha obtido uma taxa de -0,49% que comparam com os atuais 0,236%”, revela Filipe Silva.

“As subidas dos prémios de risco que temos assistido nas últimas semanas tanto na dívida soberana como na dívida das empresas, são fruto das condicionantes atuais e que muita pressão têm colocado sobre os Bancos Centrais. O conflito na Ucrânia veio prolongar e até agravar o tema da inflação, que continua sem dar grandes tréguas. A China impôs novos confinamentos, o que não permite a normalização das cadeias de abastecimento e os Bancos Centrais depois de anunciarem a retirada de estímulos, iniciaram um ciclo de subida de taxas”, refere Filipe Silva.

“Com uma presença menos ativa do Banco Central Europeu do lado comprador, era espetável que as taxas subissem, o ritmo a que tudo está a acontecer é que está a ser mais rápido do que se esperava, e quando tal acontece, o mercado ajusta fortemente até atingir novo ponto de equilíbrio. A era das taxas negativas parece estar a chegar ao fim, o que não é necessariamente negativo. Portugal precisa de gerir de uma forma mais cautelosa, o novo custo que começa a ter para a sua dívida, para que tal não se torne outra vez num problema a prazo”, defende o analista do Banco Carregosa.

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