IGCP quer alargar rede de distribuidores dos certificados de aforro para contornar desinteresse da banca

O presidente do IGCP sublinhou na COF o interesse em alargar a rede de distribuidores, de forma a contornar também, o que disse ser, o desinteresse da banca.

Cristina Bernardo

O Estado português está a pagar aos CTT entre 0,585% a 0,26% pelas subscrições dos certificados de aforro ou do Tesouro, sendo objetivo do IGCP alargar a rede de distribuição destes produtos. Esta informação foi transmitida esta quarta-feira pelo presidente do IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, Miguel Martín, durante uma audição parlamentar na Comissão de Orçamento e Finanças (COF).

“Ao nível da subscrição, pagamos aos CTT 0,585% das subscrições até determinado valor, a partir do qual pagamos 0,26% pela subscrição”, disse Miguel Martín, quando questionado pelo deputado da Iniciativa Liberal João Cotrim Figueiredo sobre o custo do serviço dos CTT.

O presidente do IGCP sublinhou, contudo, o interesse em alargar a rede de distribuidores, de forma a contornar também, o que disse ser, o desinteresse da banca.

“É sempre do melhor interesse do Estado português trabalhar com fornecedores concorrenciais. Esse enquadramento concorrência, hoje em dia, não podemos dizer que exista verdadeiramente e, obviamente, está dentro dos planos da agência poder contribuir para termos uma melhor capacidade de distribuição de produtos, também apostando nos canais digitais, no sentido de, através da concorrência, podermos controlar melhor os custos anuais que pagamos aos CTT pela distribuição”, explicou.

Também questionado pelo deputado do PSD Hugo Carvalho sobre a rede de distribuição destes produtos, Miguel Martín salientou que “em relação aos CTT, não se trata de uma questão de falta de licitação por parte do IGCP”.

“Trata-se, sim, de uma realidade dos agentes económicos do mercado financeiro português, onde a banca não está interessada em distribuir estes produtos, porque entende que canibaliza os seus depósitos, o que já não é a mesma coisa do que noutras geografias da zona euro”, disse.

O presidente do IGCP afirmou ainda que “avalia de forma permanente” e “sistemática” as condições do mercado, mas descartando alterações nos Certificados do Tesouro, justificando o “contexto incerto quer do Banco Central Europeu (BCE) quer da banca comercial”.

 

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